No cárcere, além da pena já julgada ou não, a falta de liberdade deveria ser a única punição. No entanto, as condenações se repetem, com punições diárias, tortura, seja pela polícia, seja pelos agentes ou mesmo pela sociedade.
O sistema carcerário não cuida da saúde dos presos, não os recupera, pelo contrário, adoece-os física e mentalmente. Conforme estabelece a Constituição Federal de 1988, em seu Art. 196. “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.”
Pelo contrário, as prisões negam direitos básicos fundamentais da vida.
A passagem do Evangelho em que Jesus diz: “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10) é a Palavra que guia as ações da Pastoral Carcerária na área da saúde. Enquanto a realidade nas prisões é de precariedade, com celas escuras, úmidas, pessoas invisibilizadas e abandonadas, que geram inúmeras doenças físicas e psíquicas. A falta de atendimento adequado agravas as doenças e até mesmo a morte dos detentos.
Nessa realidade, a Igreja desempenha sua missão profética, sendo anunciadora do amor do Pai por todos os seus filhos, que perdoa a todos. Ela também denuncia, ao se tornar voz desse povo perante as entidades competentes, contra os maus-tratos que esses filhos de Deus sofrem. A Pastoral Carcerária entende sua missão na passagem de Mateus, onde a Palavra de Jesus interpela: “Estive preso e vieste me visitar” (Mt 25, 36).