Clique aqui para acessar a cartilha sobre mulheres presas.
A Pastoral Carcerária Nacional lançou, nesta segunda-feira (09), uma cartilha inédita dedicada à defesa da dignidade, dos direitos e da visibilidade das mulheres privadas de liberdade no Brasil. O lançamento marca mais um passo na luta contra as violações enfrentadas pelas mulheres presas e reforça o compromisso da PCr com a promoção da dignidade humana e da evangelização nos cárceres.
A publicação, que traz como lema “Lembra-te dos presos, como se com eles estivesses na prisão” (Hebreus 13,3), nasce da escuta atenta das dores, das lutas e também da esperança de mulheres que, mesmo atrás das grades, seguem resistindo e reafirmando sua dignidade como filhas de Deus e cidadãs de direito.
Mais do que um guia jurídico, a cartilha se propõe a ser um instrumento pastoral, pedagógico e profético. O documento oferece informações fundamentais sobre direitos, condições carcerárias, saúde, maternidade e os desafios específicos enfrentados pelas mulheres no cárcere — frequentemente submetidas a um cenário de tripla invisibilidade: por serem mulheres, por estarem presas e, muitas vezes, por serem pobres e negras.
No prefácio, a Pastoral Carcerária reforça que “a dignidade humana não é suspensa com a sentença penal” e lembra que nenhuma mulher deixa de ser imagem e semelhança de Deus por estar encarcerada. A obra também se inspira na Doutrina Social da Igreja, que reconhece a dignidade da pessoa humana como fundamento de toda ação social e comunitária.
O lançamento da cartilha é também um chamado à sociedade e às instituições para romperem com o silêncio e a indiferença que cercam a realidade das mulheres presas. “Seus corpos não estão à margem da dignidade. A justiça restaurativa, a escuta, o cuidado e o reconhecimento de seus direitos são caminhos possíveis para recomeçar, mesmo em meio à dor e ao abandono”, destaca o texto de abertura.
Com essa publicação, a Pastoral Carcerária Nacional reafirma sua missão de estar ao lado dos irmãos e irmãs encarcerados e seus familiares, sendo luz, cuidado e fé. Assim como Maria esteve firme aos pés da cruz, a cartilha convida todos e todas a olharem para as mulheres presas como sementes de vida e de ressurreição.