Perplexidade em um dia de visita no CDP II de Pinheiros

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Blog_Bruno_Manso_Valdir_CDPEm 2 de junho, enquanto a seleção brasileira de futebol realizava jogo amistoso com o Panamá em preparação para a Copa do Mundo, quatro estudantes da USP, na companhia dos padres Valdir João Silveira e Eugênio,e de Marcelo Naves – integrantes da Pastoral Carcerária –, visitaram o CDP II de Pinheiros para conhecer mais de perto a realidade do sistema penitenciário paulista.
As sensações daquele dia de visita foram descritas por Bruno Paes Manso em um blog que mantém no site do jornal O Estado de São Paulo.
“É hora do banho de sol e todos estão do lado de fora. Em cada um dos pátios, retângulos menores que uma quadra de salão, os presos jogam futebol num ambiente de Maracanã lotado. Cinco jogadores para cada lado. Os demais 1.810 presos apenas observam. O público é maior do que muitos jogos da maioria dos campeonatos regionais do Brasil”, consta em um dos trechos da postagem, intitulada “Senhor, anota meu nome e minha matrícula? O lugar esquecido pelos juízes”.
A explicação para o título derivou dessa experiência, que é descrita no texto. “‘O senhor pode anotar o meu nome? E a minha matrícula?’ Ouço repetidas vezes, antes das histórias começarem. Todos aguardam sua vez. Eu explico que não posso fazer nada. Que eles precisam falar com os defensores, acionar seus familiares, pedir ajuda para quem possa cuidar pessoalmente de cada caso. Mas não adianta. Alguém tem um bloquinho de papel e uma caneta em mãos. E lá vêm eles: se agarram no fiapo de esperança que eu represento”.
Bruno conta ainda que “em duas horas, foram cerca de 40 histórias. Se ficasse mais tempo, viriam muito mais. Enquanto ouço, eu imagino os juízes de São Paulo, vestidos com suas togas pretas, satisfeitos por serem rigorosos e por criarem uma falsa sensação de segurança ao retirar essas pessoas do convívio e as enviarem para um depósito de gente. Um jeito tão caro e burro que o Estado tem para produzir pessoas piores. Fico cansado”.
O autor relata outra situação absurda. “No Centro Hospitalar do Sistema Prisional, no contrato feito entre o Estado e a Santa Casa para tratar os presos, não foi previsto roupas íntimas. É lá que as grávidas condenadas vão ter seus filhos. Mas não há calcinhas. A Pastoral [Carcerária] fez campanhas para arrecadar peças íntimas para elas. Padre Valdir pede que eu ajude na cobrança dessa demanda junto ao Estado. Meu Deus do Céu! Governador, Secretário, por favor, vocês podem fornecer roupas íntimas para as mulheres grávidas no hospital penitenciário? Quem fez esse convênio?”.
CLIQUE E ACESSE A ÍNTEGRA DO TEXTO DE BRUNO PAES MANSO

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