Missionários de Maryknoll visitam sede da Pastoral Carcerária Nacional

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Parceiros da Pastoral Carcerária em diferentes projetos de atenção às pessoas encarceradas, os Missionários Leigos de Maryknoll estiveram na sede da PCr, em São Paulo, para um momento de diálogo com o Padre Valdir João Silveira, coordenador nacional, em 21 de setembro.
Os missionários Kátia Bond, Thiago Kott e Marilyn Kott acompanharam o diretor-executivo dos Missionários Leigos de Maryknoll, Matt Boyle, que veio especialmente dos Estados Unidos para conhecer a realidade dos cárceres no país e entender como é realizado o trabalho da Pastoral Carcerária.
Os Missionários Leigos de Maryknoll, provenientes dos Estados Unidos, dedicam-se a missões em mais de 20 países, pautados no agir misericordioso de Cristo, na simplicidade, generosidade, abnegação, lealdade, zelo prudente, cortesia, disposição adaptável e piedade.
Matt Boyle, que visitou unidades prisionais em São Paulo, disse ter percebido uma realidade muito parecida a de superlotação carcerária que é encontrada nos Estados Unidos e quis saber mais detalhes sobre como a Pastoral Carcerária enfrenta essa realidade.
Padre Valdir explicou que as propostas de enfrentamento do caos do sistema prisional estão detalhadas na Agenda Nacional pelo Desencarceramento, e mencionou outras ações da PCr Nacional, tais como a defesa da Justiça Restaurativa, que busca agir na sociedade para que a resolução de conflitos aconteça sem a necessidade de se prender alguém.
Sobre a superlotação prisional, o Padre Valdir enfatizou que esta é impulsionada pela quantidade de presos provisórios no país, aproximadamente 41% do total de encarcerados, sendo crescentes os casos de prisões por supostos envolvimentos com a comercialização das drogas.
Também foi retomada com os visitantes a caminhada histórica da Pastoral Carcerária na América Latina nas últimas cinco décadas, na busca por um mundo sem prisões. No caso do Brasil, o Padre disse que uma das conquistas recentes foi a aprovação da Súmula Vinculante 57, que assegura o princípio constitucional de que uma pessoa condenada seja colocada em regime mais benéfico caso inexista vaga naquele em que deveria cumprir a pena.
Questionado pelos visitantes sobre o que motiva os trabalhos da Pastoral Carcerária, o Padre Valdir lembrou que a inspiração está em Jesus Cristo, que da gestação à morte foi tratado como marginal, sempre esteve à margem da lei de sua época, já nasceu condenado a morrer, na infância passou dias perambulando como uma criança de rua, no início de sua vida pública foi ameaçado de morte, sempre teve relação conflituosa com os poderosos, e veio para libertar os cativos e anunciar o Ano da Graça do Senhor. “Por tudo isso, estar com os últimos, com os impuros da sociedade, é estar com Cristo”.
O Padre Valdir, respondendo a outras perguntas, disse que a atuação da Pastoral tem especial apoio da CNBB, adesão de alguns bispos individualmente e de muitos padres pelo país. Além disso, disse que a Pastoral tem diálogo constante e respeitoso com o poder público, mas nunca deixa de exigir que haja respeito aos direitos das pessoas presas.

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