Um novo grupo de Pastoral está nascendo em Barro Alto, interior de Goiás. E antes mesmo de começar a cidade já inova no jeito de se organizar e reeducar os presos.
No dia 15 de setembro, o coordenador estadual, Mário Rodrigues da Silva, e a sub coordenadora Arcelina Helena, realizaram um encontro de formação para um grupo de nove pessoas interessadas em iniciar o trabalho imediatamente. Com exceção do Padre Agameninton, pároco da cidade de pouco mais de 10 mil habitantes, nenhum dos futuros agentes da pastoral estivera numa unidade prisional. A expectativa e ansiedade eram visíveis nos rostos de cada um, captados pela câmara e filmadora de uma dupla de jovens da Pastoral da Comunicação.
Depois da oração e uma meditação sobre a “Parábola do Pai e seus dois filhos”, Arcelina falou sobre a questão religiosa dentro dos cárceres, da espiritualidade do agente da PC, o ensino da iniciação bíblica e a nobre missão visitar o próprio Cristo na pessoa de cada um dos presos. (A população carcerária varia entre 10 a 20 homens). Na parte da tarde, Mário entrou nos detalhes sobre o trabalho da Pastoral junto aos presos, aos seus familiares, o serviço dos agentes prisionais, os direitos dos presos, a estrutura nacional da PC e como deve se comportar cada um dos agentes da PC.
Sem se incomodar para a secura típica do Centro Oeste e a temperatura que beirava 40 graus, Padre Agamenilton, através de pequeno celular, nos interrompia vez por outra, para anunciar quantas e quais pessoas já haviam curtido a notícia do nosso encontro no face e no site, lendo também os comentários, enviando bênçãos e nos desejando sucesso. Forma bem interessante de somar energias de orações vindas de todo lado!
Terminado o encontro, uma inspiração nos levou a poucas quadras da paróquia, até a cadeia… Tivemos então o coroamento dessa visita. Mário, Pe. Agamenilton e eu nos deparamos com uma belíssima horta de verduras e legumes orgânicos, num amplo terreno urbano, cercado por uma graciosa cerca de bambu amarelo. Porteira aberta e cuidando da horta, três homens, e outros conversando a sombra de uma bela mangueira. Imaginei o óbvio: os rapazes seriam do semi aberto…
“Não. Somos todos do regime fechado e não há escolta. Trabalhamos de dia e voltamos para a cela à noite. Estamos felizes e a população vem aqui comprar os nossos produtos. E a nossa comida está cada vez melhor….. graças a Deus”, falou o rapaz mais novo. Os demais concordaram.
Na viagem de volta o sol se pondo, Mário e eu estávamos muito felizes com tudo que vimos e ouvimos. Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
Arcelina Helena Publio Dias
Pastoral Carcerária de Goiás