Denúncia: preso é espancado após reclamar de revista vexatória sofrida pela esposa

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Aconteceu há um mês: o marido de Rosa (nome fictício) estava encarcerado em uma unidade prisional localizada na Grande São Paulo. Ao ir visitá-lo, ela foi barrada no detector de metal por conta de um aparelho que tem no corpo. Ela, então, pediu para passar pelo raio-x no hospital para provar que não estava em posse de objeto que pudesse causar problemas à segurança, mas foi impedida pelo chefe de plantão do presídio.
Na semana seguinte, no horário comandado pelo mesmo chefe de plantão, Rosa entrou de novo na fila da revista, e o procedimento, que é conhecidamente vexatório foi ainda pior: ela não só teve que se despir como das outras vezes, mas foi obrigada a realizar em frente a duas agentes penitenciárias (geralmente apenas uma faz a revista) movimentos incomuns.
“Na hora que me abaixava, falavam para eu jogar o quadril pra frente, colocar a mão na minha vagina e abrir mais para elas verem. Fui obrigada a colocar a vagina na cara delas, abrir tudo, mesmo estando menstruada”, relatou ao Site da Pastoral Carcerária Nacional.
Rosa também contou que as agentes puxaram seu cabelo com força. Após todo o procedimento humilhante, que, segundo ela, não se repetiu com outras mulheres que foram à unidade prisional naquele dia, Rosa foi, chorando, ao encontro do marido e disse o que tinha acontecido. Conforme descreveu, o esposo, ainda que chateado, procurou manter a calma, chamou um agente penitenciário para relatar o que houve, mas foi repreendido.
“O funcionário começou a gritar com meu esposo e disse que se ele reclamasse ia ser mandado para o castigo. E mandaram. Depois que sai, outra visitante me contou que agentes penitenciários cercaram meu marido, o espacaram, quebraram o dente dele e levaram para o castigo”.
Desde então, Rosa não viu mais o esposo. A última notícia que teve é que ele foi transferido para outra unidade prisional na capital paulista, mas que estava isolado, sem poder receber visitas, e que em breve seria transferido para um presídio no interior do estado.
Ao tomar ciência do caso, a Pastoral Carcerária do Estado de São Paulo conversou com o diretor da unidade localizada na Grande São Paulo, que negou o ocorrido. A PCr também tentou visitar o rapaz na prisão onde supostamente estaria na capital paulista, mas ao não ter êxito, comunicou o Núcleo de Situação Carcerária da Defensoria Pública do Estado de São Paulo para que averigue o que aconteceu.

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