Cena de novela e reportagem de tevê abordam questão da revista vexatória

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As reflexões sobre a revista vexatória tiveram espaço na tevê brasileira nos últimos dias, em uma cena da novela Império, da TV Globo, e em uma reportagem da Rede Vida de Televisão.
No capítulo da novela que foi ao ar em 6 de agosto, duas personagens são submetidas ao procedimento de revista vexatória. Em uma das cenas, uma moça é mostrada na fase final da revista, já se vestindo, enquanto a agente penitenciária vasculha as coisas que levou ao presídio. Ao se deparar com uma sacola com “bolinhos de chuva” açucarados, a agente pergunta se aquele pó branco era mesmo açúcar e, instantes depois, joga a sacola no lixo.
A outra cena é mais emblemática sobre os procedimentos de revista. Uma moça negra, que vai visitar seu parente na prisão, é recepcionada de forma hostil pela agente penitenciária. A moça é ridicularizada pelos itens que levou ao parente, tais como um hidratante importado. Todo o procedimento de revista vexatória é detalhado: a mulher se despe, é obrigada a se agachar, sendo examinada pela agente com as mãos. Só depois, é autorizada a se vestir e realizar a visita.
Durante a cena, as expressões faciais da moça que passou pela revista denotam constrangimento e um olhar próximo de uma situação de choro.
Bispo fala de revista vexatória na Rede Vida de Televisão
Também em recente reportagem da Rede Vida de Televisão, que repercutiu a carta enviada ao governador de São Paulo pelo Regional Sul 1 da CNBB e a Pastoral Carcerária pedindo o fim da revista vexatória, dom Otacílio Luziano da Silva, bispo de Catanduva e referencial da PCr em São Paulo, esclareceu porque a revista vexatória é um procedimento constrangedor.
“Na revista vexatória, quando a pessoa vai visitar o preso, muitas vezes tem que ficar nua, seminua, e quem está revistando tem que colocar a pessoa a frente dela, praticamente nua, tem que tocar nas partes íntimas para ver se não está levando algum objeto proibido, como drogas, celulares, ou algo assim”, detalhou.
Dom Otacílio explicou que a Pastoral deseja que o procedimento de revista ocorra de modo mais humanizado, “através de aparelhos, detector de metais, através de raio-x. O argumento é que mesmo com esta revista vexatória não se está conseguindo vedar a entrada de drogas, celulares e outros aparelhos dentro do presídio”.
O Bispo comentou, ainda, sobre a situação de calamidade nos presídios do país, com superlotações e falta de alternativas viáveis para ressocializar os presos. “A Pastoral Carcerária entende que se a pessoa cometeu um crime tem que pagar, não é para ficar impune, no entanto, que seja uma punição que não deteriore a humanidade, mas o ajude a tornar-se mais humano”, finalizou.
ASSISTA À REPORTAGEM DA REDE VIDA DE TELEVISÃO

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