As consequências da revista vexatória em um presídio paulista

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Aconteceu em um presídio paulista, em 2 de fevereiro, e o relato foi enviado à coordenação nacional da Pastoral Carcerária nesta semana.
Após terem viajado muitos quilômetros para visitar o parente preso, tendo a esperança de lhe oferecer uma comida melhor e produtos de higiene que o Estado deveria fornecer, mas não fornece, ao menos 55 pessoas foram barradas na entrada quando o detector de metal apitou. Detalhe-se que elas são obrigadas a passar nuas, apesar de detector de metal funcionar por cima da roupa (como nos aeroportos).
“Estamos com sérios problemas, descaso com as visitas, que são severamente humilhadas ao passar pelo detector de metal, que apita sem que as visitas tenham nada. Elas passam nuas pelo detector. Isto tem acontecido frequentemente com mulheres, homens e crianças”, garante a visitante, que ainda relatou um caso constrangedor.
“No dia 02/02/2014, uma senhora de aproximadamente 60 anos, ao saber que o seu neto não iria entrar, pois o detector acionou, desmaiou na frente dos agentes penitenciários. Eles simplesmente a acordaram e fizeram que saísse da unidade. Ao sair, ela novamente desmaiou e teve uma parada cardíaca. Todas as mulheres entraram em desespero e começaram a gritar, chorar. Então, veio um enfermeiro e começou a reanima-lá, veio uma ambulância sem médico, sem nada. Ela foi sozinha ao médico, não tenho mais noticias da senhora. Tentamos abrir um boletim de ocorrência e o delegado da cidade se negou a fazer”, detalhou.
Ainda segundo a visitante que relatou o caso à Pastoral Carcerária, a prática de barrar as pessoas no detector de metal tem se intensificado. “De uns meses pra cá, os agentes penitenciários tem humilhado frequentemente as visitas, é algo muito estranho. Vejo mulheres com crianças voltando porque apitou e elas pedem para ir para o PS para provar que não estão com nada e eles não dão chance nem de falar, humilham com palavras, pedindo para a pessoa sair da unidade. O ruim disso é a vergonha, porque a pessoa sai e todo mundo na fila acha que realmente ela está com alguma coisa. Isso começou a acontecer também com os homens eles. É realmente muito constrangedor”.
A visitante, indignada com a situação, questiona: “Será que vai precisar morrer alguém para que isso pare de acontecer? Por favor, clamamos por socorro!”.

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