“Antes de entrar na fila de visitas das unidades da Fundação Casa, em São Paulo, mães e irmãs, crianças e senhoras, não importa a idade, precisam levar em conta uma longa sessão de humilhações para visitar seus parentes. Replicando o modelo das unidades prisionais, o processo das revistas vexatórias começa em uma cabine diante do funcionário da unidade. As mulheres são obrigadas a tirar roupa e a abaixar-se três vezes. Quando há desconfiança, elas precisam mexer em suas partes íntimas e assoprar o braço com força para ver se não cai algo de dentro de seus corpos. Em certos casos, jovens internos relatam que funcionários se aproveitam da situação para depois provocar ou punir os adolescentes descrevendo a anatomia de seus parentes”.
Esse é o relato do jornalista Bruno Paes Manso na reportagem “A rotina das revistas vexatórias na Fundação Casa”, em texto também assinado por William Cardoso, e postado no portal Ponte, um canal de informações sobre Segurança Pública, Justiça e Direitos Humanos, que mantido por um grupo de jornalistas sempre apresenta conteúdos elaborados por profissionais de comunicação social, acadêmicos e especialistas nas ferramentas das novas tecnologias e da nova sociedade.
Na reportagem ressalta-se que a prática da revista vexatória tem sido pouco eficaz para conter a entrada de artigos proibidos e resulta em uma crescente revolta dos internos e de seus familiares. “A Ouvidoria da Defensoria Pública de São Paulo e a Rede Justiça Criminal colheram depoimentos em vídeo de familiares de internos. Até mesmo crianças falam da vergonha que sentiram ao passar pelas revistas”, consta no texto.
Os jornalistas também sinalizam para a dificuldade dos parentes em chegar aos locais onde os filhos estão apreendidos e detalham a rotina que são submetidos os internos. “Entrevistas feitas pela defensoria constataram que eles são obrigados a se submeter a inúmeros procedimentos de revista íntima após cada movimentação nos equipamentos – quando deixam o dormitório, vão se alimentar, etc. O número de procedimentos pode variar por unidade, mas, segundo a defensoria, a média é de sete revistas por dia”.
“Com a reprodução do modelo prisional em muitas unidades da Fundação Casa, tanto pelo sistema de justiça como pelo de segurança pública, a sensação é de que a redução da maioridade penal já vem ocorrendo. Com muito dinheiro sendo gasto para piorar o caráter do adolescente e mantê-lo no caminho torto que menos interessa para a sociedade”, comentam os autores do texto.
CLIQUE AQUI E LEIA A REPORTAGEM COMPLETA