Vídeo-reportagem da TV Folha detalha vida de presas estrangeiras em SP

 Em Mulher Encarcerada

Queixas relacionadas à solidão, tristeza e abandono são as mais presentes no universo da carceragem feminina estrangeira, conforme mostra a vídeo-reportagem “Exílio no Cárcere”, exibida pela TV Folha, produzida pelos repórteres Diego Arvate e Isadora Brant, a partir de entrevistas feitas com mulheres estrangeiras encarceradas na Penitenciária Feminina da Capital, em outubro de 2015, quando lá estavam presas 276 estrangeiras, de 57 nacionalidades.

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A maioria das entrevistadas foram presas em flagrante por atuar em posições subalternas no tráfico internacional de drogas. Muitas lamentam sobre a falta de informação do andamento de seus processos criminais e também questionam a política punitivista que não alcança às motivações para o ingresso na criminalidade.
“Eu não sou policial, eu não pretendo ser policial em minha vida nunca, só que deveria haver, por lógica, que se alguém foi mandado, eu agarro essa pessoa que foi mandada, mas eu investigo, de uma ou outra forma, quem foi que mandou essa pessoa. E outra: devo investigar porque essa pessoa decidiu tomar essa decisão e ajuda-la, e não afundá-la mais”, comentou uma das presas.
Outra entrevistada resumiu o sentimento de estar presa, ainda mais distante de seu país de origem e da família: “Esse lugar é como o inferno, especialmente se você é estrangeiro”. Na vídeo-reportagem, há reclamações das presas sobre a qualidade da comida oferecida e da assistência à saúde.
“Em muitas pessoas, o cabelo começa a cair. A pele começa a rachar quando fazemos trabalho pesado. Pode ser difícil encontrar alguém, como um médico, e alguém tem um psiquiatra, e então o psiquiatra não fala inglês. Você sabe, é difícil comunicar às vezes sobre o que você precisa”, disse uma das encarceradas.
Um aspecto comum relatado é a falta de visita dos familiares, especialmente por conta da distância geográfica, bem como do esquecimento que sofrem dos parceiros afetivos – namorados ou maridos – após estarem encarceradas.
PCr contra a criminalização do uso e comércio de drogas
Na Agenda Nacional pelo Desencarceramento, a Pastoral Carcerária Nacional enfatiza que a atual política de combate às drogas no Brasil traz impactos ao sistema carcerário e não tem resolvido as situações de violência na sociedade, tampouco recuperado as pessoas viciadas em entorpecentes. Destaca-se, ainda, que a situação é pior para as mulheres, pois mais da metade das encarceradas são acusadas ou sentenciadas pelo crime de tráfico de drogas.

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