Em sessão solene comemorativa pelo Dia Internacional dos Direitos Humanos e pelos 25 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a Assembleia Legislativa do Ceará entregou em 10 de dezembro a Medalha Frei Tito de Direitos Humanos a organizações e entidades que atuam na defesa da vida e da cidadania.
A Pastoral Carcerária do Ceará foi uma das entidades homenageadas, assim como o Centro de Defesa da Criança e do Adolescente do Ceará (Cedeca/CE), a Pastoral do Menor, a Diaconia, e o Núcleo Cearense de Estudos e Pesquisas sobre a Criança (Nucepec).
“A Assembleia Legislativa do Estado do Ceará e a Comissão de Direitos Humanos e Cidadania conferem o Prêmio Frei Tito de Alencar de Direitos Humanos à Pastoral Carcerária do Ceará, em reconhecimento pela relevante contribuição na efetivação e defesa dos direitos humanos e da cidadania em nosso Estado”, consta na placa entregue aos integrantes da Pastoral Carcerária estadual.
Ao discursar aos participantes da solenidade, Carolina Barbosa, integrante da Pastoral Carcerária, disse que há grandes dificuldades na luta pelos direitos humanos. Como exemplo, ela lembrou que naquele dia tinha recebido a notícia do suicídio de um detento. Para Carolina, esse é um reflexo da indiferença com a população carcerária. “É preciso olhar para essas pessoas com mais misericórdia”, defendeu.
O Prêmio Frei Tito de Alencar de Direitos Humanos foi criado em 2001 para reconhecer trajetórias de respeito, defesa e promoção de direitos humanos de indivíduos e organizações no Estado do Ceará.
Quem foi Frei Tito?
Frei Tito de Alencar foi um ícone da luta pelos direitos humanos e pela democracia na América Latina e no Caribe. Nascido em Fortaleza, no Ceará, em 14 de setembro de 1945, ele foi preso em 1968 durante o Congresso da UNE. Voltou a ser preso em 1969, quando foi torturado ininterruptamente durante três dias. Em dezembro de 1970, foi incluído entre os prisioneiros políticos trocados pelo embaixador suíço, Giovani Enrico Bücker, sequestrado pelo comando da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR). Em 1971, o frei foi para Roma, na Itália, e, em seguida, para Paris, na França, sendo acolhido no convento Saint Jacques. Em 10 de agosto de 1974, foi encontrado morto em um convento em Lyon, na França. Em março de 1983, com a abertura política no Brasil, seus restos mortais retornaram ao País. Acolhidos em solene liturgia na Catedral da Sé, em São Paulo, encontram-se hoje enterrados no cemitério São João Batista, em Fortaleza.
Fontes: Arquidiocese de Fortaleza, Adital e Assembleia Legislativa do Ceará
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