Caros irmãos e irmãs agentes da Pastoral Carcerária de todo o Brasil. Estamos vivendo um tempo sombrio, onde através da mídia e das redes sociais, se dissemina o medo, o terror, a incerteza e a insegurança.
Muitas pessoas não sabem o que fazer e nem sabem em quem acreditar. Mas um fato é certo: temos em nosso meio um um vírus menor que uma bactéria, que causa um estrago muito grande no dia a dia das pessoas, comprometendo inclusive a sua própria vida.
Estamos vivendo o tempo da quaresma, que nesse ano nos exigiu sacrifícios forçados, como deixar de participar da Santa Missa, visitar os doentes, os presos e tantos outros atos de piedade e devoção.
O inimigo com certeza faz festa quando vê tantas Igrejas fechadas e vazias e os lugares de evangelização, como os presídios, interditados sem a nossa presença.
Neste ano a Campanha da Fraternidade nos convida a contemplar e defender a vida como Dom de Deus e compromisso nosso. Diante de tudo isso, o Coronavírus chega para nos questionar.
Afinal de contas, como está o meu cuidado com a vida? No primeiro domingo da quaresma, o Evangelho nos convidava a refletir sobre as tentações de Jesus. Na primeira tentação, o demônio manda que Jesus transforme as pedras em pães, ou seja, ele quer que Jesus seja tentado pela boca.
Nós não nos damos conta, mas muitas das nossas tentações entram e saem pela nossa boca. Quando temos um surto de doenças, a primeira coisa que devemos pensar é na nossa alimentação: Tenho me alimentado adequadamente para manter minhas defesas do organismo atuantes? Tenho cuidado de minha saúde física, mental e espiritual? Tenho feito exercícios diários?
Mas voltando à pandemia, temos um longo caminho a percorrer (cf 1Rs19,7) e por isso precisamos estar preparados. Passando essa fase de muitas incertezas e de quase caos, voltaremos à paz necessária. Por isso, é fundamental não perdermos a esperança. Jesus mesmo nos diz que esses dias turbulentos iriam chegar(cf Mt 24), mas Ele também diz que estaria sempre conosco.
É preciso manter-nos firmes na fé e na esperança. Nos mantenhamos unidos através de nossa oração pessoal. Mesmo que não possamos participar das santas missas, tenhamos Jesus sempre presente em nosso meio.
Nas nossas orações, não esqueçamos nossos irmãos e irmãs prisioneiros, como se nós estivéssemos lá com eles e elas (cf Hb 13,3). Lembremos dessas pessoas que são as mais sofridas e esquecidas, e que talvez sejam as mais afetadas pelo vírus.
Mantenhamos a caridade em todos os momentos conosco, mesmo nos cuidando e com os outros ajudando-os de alguma forma. Mesmo diante do caos aparente, é importante permanecermos calmos e com tranqüilidade, pois com calma tudo se resolve.
Dia 19 de março, celebramos São José, pai da Sagrada Família e patrono da Igreja Universal. Ele que sofreu grandes dificuldades para salvar o menino Jesus e resguardar a Sagrada Família e foi um homem bom e justo, nos ajude a manter a calma que ele conseguiu manter mesmo nos momentos mais difíceis.
Um abraço carinhoso
Unidos na oração
Pe. Almir José de Ramos
Vice-Coordenador da Pastoral Carcerária Nacional