Oficina de comunicação da PCr Nacional debate Fake News

 Em Notícias

Nos dias 05 e 19 de outubro, o setor de comunicação da Pastoral Carcerária Nacional realizou duas oficinas online para mais de 30 agentes pastorais de todo país, ministradas por integrantes da Mídia Ninja, veículo da imprensa alternativa parceiro da Pastoral.

A primeira oficina teve como tema Fake News, e foi conduzida por Raissa Galvão, editora da Mídia Ninja. Raissa apontou como as notícias falsas são criadas e divulgadas massivamente, sempre com algum tipo de agenda política em mente. 

Ela citou as últimas duas eleições brasileiras como fortes exemplos, onde as campanhas e seguidores de candidatos de determinados setores criavam factóides para destruir a reputação do adversário. 

Um caso que envolveu a pauta prisional e a Pastoral Carcerária foi quando a campanha do candidato Jair Bolsonaro disse que seu adversário teve mais votos no primeiro turno porque ele “venceu nas prisões”. 

Levantamento feito pela Pastoral à época sobre o direito de voto da população presa revelou que 12.963 presas e presos provisórios em todo país estão com sua inscrição eleitoral regularizada, podendo assim votar. 

Ou seja, de uma população de cerca de 404.452 presas e presos provisórios, apenas 3,20% desse total pôde exercer o seu direito ao voto nestas eleições, quantidade que, em si, não pode mudar o rumo de uma eleição. A campanha, além de ter como objetivo atacar o adversário, criminalizou o direito ao voto da população encarcerada, que ainda é muito restrito. 

É importante notar que as fake news não estão ligadas somente às eleições, apesar do período eleitoral ser um momento onde se nota e fala mais nisso.

A Pastoral Carcerária já teve que desmentir outras notícias falsas, como quando veículos de imprensa dos estados do Acre e Alagoas divulgaram que não havia tortura nas prisões destes estados, pois o relatório Vozes e Dados da Tortura em Tempos de Encarceramento em Massa 2022 não tinha denúncias destes Estados.

O próprio relatório fazia a ressalva de que o fato do não recebimento das denúncias não apontava para a não existência de tortura, e sim que o silenciamento nestes Estados pode ser tão grande que infelizmente não se tem denúncias. A Pastoral Carcerária Nacional também não foi procurada para comentar o caso. 

Mais recentemente, a Pastoral também lamentou as falsas declarações de Ronaldo Caiado, governador de Goiás, que disse ao programa Pânico que as prisões eram “motéis, onde só havia festas” antes de seu governo, e a Pastoral Carcerária e outras organizações coniventes com tal situação.

A Pastoral respondeu que “essa caracterização não condiz com a realidade torturante e violadora de direitos humanos que os agentes da Pastoral Carcerária no Brasil todo encontram e denunciam cotidianamente nos nossos 50 anos de existência, tanto em Goiás como no resto do país”. 

Raissa terminou sua apresentação pedindo aos participantes que sempre pesquisem a fonte das informações que consomem, que se tenham dúvidas, acessem agências de checagem de notícias e veículos de imprensa sérios,

Volatr ao topo