Coordenador da PCr de Cuiabá comenta situação carcerária no Mato Grosso

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Com quase 4 mil pessoas presas além da capacidade dos cárceres, o sistema prisional do Estado do Mato Grosso enfrenta dificuldade com a superlotação carcerária, que leva ao desrespeito à dignidade humana, desconforto dos presos e a não recuperação das pessoas, conforme avaliou o padre Zeca Geeurick, coordenador da Pastoral Carcerária de Cuiabá, em entrevista ao site Mídia News.
De acordo com o padre, “tem muitas pessoas em condições de estar em prisão domiciliar ou no sistema semiaberto. Elas não podem passar mais tempo do que o necessário no sistema fechado”. Ele lamentou que atualmente qualquer desavença entre as pessoas redunde em prisão. “A briga em casa hoje é criminalizada. Aumenta o número de presos, mas nem sempre o fato justifica mandar alguém para o sistema prisional”, observou.
Ainda segundo o coordenador da PCr de Cuiabá, a Justiça é classista. “Cadê os presos do colarinho branco? A grande maioria dos detentos é de negros, pobres e sem estudo. Um dos poucos presos era um que estudava para ser dentista. Os negros são visados pela Polícia e não um grupo de jovens brancos”, enfatizou.
Além da superlotação, padre Zeca criticou o fato de os presos não terem ocupação nas unidades prisionais. “Não há nada para eles fazerem. No CRC (Centro de Ressocialização de Cuiabá), tem a oficina de marcenaria, mas não há madeira para eles trabalharem”, destacando que na Penitenciária do Pascoal Ramos, em Cuiabá, é a que está em pior em condições.
Fonte: Mídia News

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