A Pastoral Carcerária, com sua presença em todos os Estados da Federação e Distrito Federal, propõe-se a ser a presença misericordiosa da Igreja no mundo do Cárcere, a mais esquecida e violenta periferia existencial de nossa era moderna, alimentada pela sociedade do consumismo e do descarte.
Essa constatação é confirmada pela nova Lei 14.843/2024, aprovada no Congresso, que restringe o direito à saída temporária (conhecido por “saidinha”) para a visita à família e a participação em atividades que contribuam para o retorno ao convívio social.
Unimo-nos e agradecemos a nota da Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB (23.04.2023), pedindo que o veto presidencial seja mantido, superando assim a onda fundamentalista e punitivista presente e ainda muito enraizada no âmago do povo brasileiro e de suas instituições, seja civis como religiosas.
A Pastoral Carcerária está convencida de que as mazelas e os desafios de nosso tempo só terão respostas em uma sociedade animada por uma democracia restaurativa capaz de fomentar e alimentar a fraternidade por meio da Amizade Social, superando a pandemia do hiperindividualismo, em um caminho sinodal e dialético que valorize e harmonize as diversidades étnico-culturais, suas riquezas e valores.
Tudo isso, como Pastoral, se traduz no projeto de Jesus, que é o mundo sem Cárceres, e que, juntamente com o Venerável Cardeal Van Thuân, nos convida a ser “Testemunhas de Esperança”.
São Paulo, 27 de abril de 2024
Irmã Petra Silvia Pfaller
Coordenadora Nacional