60 ANOS DO GOLPE MILITAR NO BRASIL: a tortura não é uma história do passado

 Em Combate e Prevenção à Tortura, Notícias

 

No dia 31 de março de 2024, o Brasil relembra os 60 anos do golpe militar de 1964, regime sombrio instaurado por 21 anos no país que resultou em anos de repressão, tortura, mortes, violência e violações dos direitos humanos. O governo militar que se seguiu ao golpe foi marcado por censura, perseguições políticas e inúmeras práticas abusivas. Expandiu o alvo do sistema penal e repressor das favelas para as universidades, atacando não só o povo negro, pobre e periférico, como também representantes das classes mais altas que discordassem da ditadura.

Em junho de 2023, o Papa Francisco manifestou-se, por meio do vídeo “Pela Abolição da Tortura”, com seu grito de basta contra esse tormento. “A tortura. Meu Deus, a tortura! A tortura não é uma história do passado. Infelizmente, faz parte da nossa história atual. Como é possível que a capacidade humana para a crueldade seja tão grande?”. Hoje, é necessário resgatar essas palavras e relembrar a todos uma história que devemos lutar para que nunca mais se repita e olhar atentamente para a nossa realidade enquanto agentes de Pastoral Carcerária.

Ao relacionar a fala do Papa Francisco sobre a abolição da tortura com a realidade dos cárceres brasileiros, é possível ver que a prática da tortura não é algo do passado, mas sim uma triste realidade presente em muitos lugares, sobretudo nas prisões. A tortura é uma violação brutal dos direitos humanos e uma forma de crueldade inaceitável, que causa sofrimento físico e psicológico profundo às vítimas, sendo elas também seus familiares e amigos.

A Pastoral Carcerária vem cumprindo a sua missão de evangelização e promoção da dignidade humana e é fundamental levarmos adiante a fala do Papa Francisco que nos lembra da urgência de erradicar a tortura em todas as suas formas, seja nos cárceres, nos conflitos armados ou em qualquer outra situação.

É essencial que a sociedade se una em repúdio à prática da tortura e trabalhe para garantir o respeito à dignidade e aos direitos de todas as pessoas, independentemente de sua situação. A tortura não pode ter lugar em um mundo justo e humano, e é dever de todos e todas combater essa violência e promover a justiça, uma justiça que restaura, a justiça que coloca em prática um dos maiores ensinamentos de Jesus na terra: o amor ao próximo. 

 

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