Encontro no RS debate questão da mulher presa

 Em Mulher Encarcerada

Por Evanice L. D. Schroeder  
Da Diocese de Montenegro
Desde o dia 30 de abril a Questão da Mulher Presa movimentou a Pastoral Carcerária do Rio Grande do Sul, com a presença da Coordenadora Nacional deste segmento, Irmã Petra Pfaller, em várias atividades que culminaram com o primeiro Encontro Estadual para formação de agentes que atuam com mulheres presas, em São Leopoldo, no dias 05 a 07 de maio.
Já no dia primeiro de maio, Petra e a coordenadora estadual, Vera Dalzotto, dirigiram-se a Rio Grande para reunir-se com PCrda Diocese local, seguindo a semana em visitas aos presídios: Rio Grande, Santa Vitória do Palmar, Pelotas e Canguçu.
No dia 03/05 Petra falou aos acadêmicos da Universidade Católica de Pelotas sobre o tema: “as consequências do encarceramento feminino” e, no dia 04/05, concedeu entrevista ao site sul 21 de Porto Alegre denunciando as misérias humanas destas mulheres encarceradas, vulneráveis: excluídas dos excluídos.Segundo ela, “reafirma-se a fragilidade e vulnerabilidades destas mulheres castradas de seus mais simples desejos e direitos. O mundo sem cárcere é a meta principal, prioritária e urgente. ”
encontro mulher presa
Sobre este percurso, Irmã Petra coloca que “foram três dias de estudos, partilhas, encontros, desafios, visitas e viagem. Três dias de crescimento no amor, mas também de detectar a necessidade de a pastoral ir além. E assim, todos, unidos em um único objetivo, reafirmamos o compromisso com a evangelização como presença da igreja, promoção da dignidade humana e a busca de um mundo sem cárcere. ”
Já em São Leopoldo, o CEPA – Centro de Espiritualidade Padre Arturo, sediou para o primeiro Encontro deWhatsApp Image 2017-05-07 at 21.56.37 Formação para agentes da PCr que atuam com as mulheres encarceradas, desde o dia 05 de maio, recebendo os agentes da Pastoral Carcerária, padres e formadores de várias cidades do estado (Santo Ângelo, Três Passos, Porto Alegre, Rio Grande, Pelotas, Itaqui, Guaíba, Caxias do Sul, Torres, Osório, Carazinho, Sarandi, Montenegro, Estrela, Erechim, Passo Fundo , Palmeira das Missões, Bento Gonçalves, São Leopoldo, Novo Hamburgo, Sobradinho), além da participação de um representante da PCr de Campo Grande – MS e uma do Paraná.
Para este encontro, foi disponibilizado (01) vaga por local (unidade prisional) e o critério de que fosse presença efetiva com as mulheres.
O encontro contou com fortes momentos de espiritualidade e mística:terços, orações e missas, com o tema “Maria e as tantas Marias nos cárceres” e o lema “Minha alma exalta o Senhor, pois ele pôs os olhos sobre sua humilde serva” (Lc 1,46-48).
Dentre as reflexões do evento, ainda na sexta-feira, 05/05, Anna Maria Rizzante resgatou a História da Pastoral Carcerária desde o Antigo Testamento até os dias de hoje e Tatiane da Silva, que trouxe o mapa de todo o estado com a realidade prisional feminina no RS, divididas por delegacias, totalizando hoje em torno 2000 (duas) mil mulheres presas em todo o estado.
No sábado pela manhã, Joana Mattia abordou a realidade prisional do RS, trazendo presente os números de mulheres encarceradas e os presídios masculinos que abrigam as mulheres. Foi apresentado ainda o Documentário “Mundo sem Cárcere” e um painel sobre os direitos LGBT e a tortura, por Katia e Sandra, psicóloga e assistente social do Presídio de Novo Hamburgo.
Os Fundamentos da Justiça Restaurativa, através da metodologia das ES.PE.RE – Escolas de Perdão e Reconciliação – e seus desdobramentos, foram apresentados por Evanice e Bruna Schroeder como a alternativa para modificar a triste realidade dos presídios e do mundo. Irmã Petra falou sobre a Maternidade e saúde das presas com as regras de Bangkok e, a partir daí, foram feitos trabalhos em grupo para sintetizar as informações e propor alternativas de ação para modificar o panorama degradante que se apresenta. Após a socialização dos grupos em plenária, o terço e a confraternização encerraram os trabalhos do sábado, dia 06/05.
No domingo,07/05, as atividades contaram com um bate-papo sobre as realidades apresentadas, levando a estabelecer o compromisso dos presentes com o planejamento de formações, definição de coordenações diocesanas para a questão da mulher e da representação do Rio Grande do Sul em Curitiba.
Vera Lúcia Dalzotto, coordenadora estadual da Questão da Mulher Presa, ressaltou que o evento foi um trabalho organizado coletivamente, com o grupo de trabalho formado por ela, Irmã Petra, Anna Maria Rizzante, Evanice Schroeder, Maristela Hallmann, Candida Fonseca, Tatiane da Silva, Diego Wust e a presença incansável do Coordenador Estadual da Pastoral Carcerária, Padre Edson Thomassin. Segundo Vera, o encontro só foi possível porque a equipe e os 35 agentes presentes“tiveram participação ativa nas atividades desenvolvidas desde as palestras às celebrações e místicas”.
Após o encontro, a Coordenação Estadual da Pastoral Carcerária reuniu-se com a Irmã Petra Pfaller para avaliar a caminhada e planejar novas metas de ação no RS e no Brasil.
 

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