Entre os dias 22 e 23 de agosto, integrantes da Pastoral Carcerária em todo o Brasil que atuam diretamente com os fundamentos de Justiça Restaurativa estarão reunidos em São Paulo, na sede do Anchietanum (próximo ao metrô Vila Madalena, em São Paulo) para um encontro em que partilharão as experiências das ações já realizadas e o que pode ser aprofundado.
A proposta da atividade é elaborar instrumentos concretos para a promoção de formas pacíficas e comunitárias de resolução de conflitos e fortalecer o objetivo central da atuação da Pastoral Carcerária: a busca de um mundo sem cárceres. Os participantes refletirão sobre as ações que já estão sendo feitas neste sentido em cada estado e como isso pode resultar em progressivas e constantes mudanças que levem à contração máxima do sistema penal até sua substituição pela própria Justiça Restaurativa.
Está no horizonte de atenção da Pastoral Carcerária encontrar formas para que a prática da Justiça Restaurativa transforme o atual cenário de aumento do arbítrio punitivo do judiciário e do encarceramento em massa. Porém, ainda há o desafio de que se superem estereótipos sobre a Justiça Restaurativa, entre os quais o de que ela só seria aplicável para crimes de menor gravidade, quando, de fato, pode ser utilizada para enfrentar todas as graves questões sociais e criar uma cultura diferente da punitiva e repressiva existente.
Alguns juízes, há tempos, demonstraram simpatia para com a Justiça Restaurativa. Recentemente, o Supremo Tribunal Federal constituiu um Grupo de Trabalho sobre Justiça Restaurativa. Esse fato também será tema de reflexão entre os participantes do encontro.