“Misericórdia e Justiça Restaurativa” foi o tema central do 1º Encontro Estadual da Pastoral Carcerária do Piauí, realizado entre os dias 23 e 24 de julho no Centro Pastoral da Vila da Paz, na zona sul de Teresina, capital do estado. O lema do encontro foi “Ide e aprendei: prefiro a misericórdia ao sacrifício”.
De acordo com o Padre João Paulo, diretor espiritual da PCr estadual, o momento foi de crescimento para todos que se doam, de forma voluntária, aos irmãos privados de liberdade.
A Irmã Petra Silvia Pfaller, coordenadora nacional da Pastoral Carcerária para a Questão da Mulher Presa, esteve na atividade e tratou sobre as formas de procurar uma reconciliação da vítima com o preso, um dos focos de ação da Justiça Restaurativa. Ela citou realidades já praticadas em outros estados que visam o perdão entre as famílias das vítimas e seus possíveis agressores.
“A irmã compartilhou com os participantes alguns exemplos bastante positivos de reconciliações que tiveram a participação de facilitadores, aqueles que recebem a missão de Deus de semear o perdão e buscar a aproximação do Pai. Aqui em Teresina, por exemplo, a segunda vara de execuções penais já realiza esses encontros e a Pastoral colabora fazendo o convite para as vítimas e seus familiares”, recordou o Padre João Paulo.
Ainda sobre a temática da Justiça Restaurativa houve destaque para a apresentação da Escola de Perdão e Reconciliação (Espere), modelo que nasceu nos Estados Unidos e é aplicado em alguns países da América Latina, visando transformar o ódio e o sentimento de vingança em atitude de perdão e paz entre vítimas e agressores.
Durante a assembleia, os integrantes da Pastoral Carcerária participaram de missas e ouviram o testemunho de um egresso sobre a rotina em uma casa de custódia em Teresina. Também acompanharam a apresentação teatral de algumas presas, que por meio de arte e poesia evidenciaram a realidade carcerária e também os seus dramas e experiências no presídio.
“Jesus insiste muito na vivência do perdão seja em qual for o tipo de relacionamento, principalmente naqueles mais conflituosos. Portanto, fazer Pastoral Carcerária é aprender a perdoar, conceder o perdão até mesmo aquele que assume a sua culpa e principalmente acreditar no poder da conversão. Então, um encontro como esse, permite o entendimento de que o ódio ou a vingança não é maior que o amor. Valeu pelo momento de grande conhecimento e valeu ainda mais porque percebermos a compreensão por parte da comunidade. Lá mesmo tivemos a confirmação que mais de 20 pessoas da comunidade aderiram à Pastoral Carcerária. Se comprometeram em ir para os presídios da capital e contribuir com a missão de evangelizar que é a nossa maior missão”, disse Padre João Paulo.
Fonte: Arquidiocese de Teresina/ Por Vera Alice Brandão
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