Padre Valdir: ‘Os presídios são como bombas-relógio explodindo pelo país’

 Em Combate e Prevenção à Tortura

Valdir_EntrevistaO caos no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus (AM), em 1º de janeiro, que culminou na morte de 56 pessoas, é semelhante ao de outros presídios no Brasil. A afirmação foi feita pelo Padre Valdir João Silveira, coordenador nacional da Pastoral Carcerária, em entrevista à Rádio 9 de Julho, da Arquidiocese de São Paulo, em 2 de janeiro.
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Segundo o Padre Valdir, as mortes no sistema prisional brasileiro acontecem quase que diariamente, inclusive nas unidades privatizadas, como é o caso do Compaj, administrado pela empresa Umanizzare.
“O Estado trata mal os presos e ainda comercializa essas pessoas que são colocadas em condições inferiores pelo Estado para morrer e se degradar”, enfatizou.
Ainda segundo o Padre, “presídio é lugar de morte e tortura, mesmo assim o Legislativo continua a fazer leis absurdas, o Judiciário manda prender todos os dias em grandes quantidades, e o administrativo, que lucra e é local de corrupção. Presídio é local de muito dinheiro, mas de resultado negativo para toda a sociedade e para quem está preso”.
Segundo o coordenador nacional da PCr, as diversas instâncias do Judiciário responsáveis por fiscalizar as unidades prisionais têm falhado, mas a sociedade parece indiferente a essa realidade. “A Pastoral tem falado várias vezes: os presídios são como bombas-relógio, que vão explodindo ao longo do país. E essa explosão afeta inclusive quem não se importa com essa realidade, mas acaba sendo atingido”.

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