Agentes da Pastoral Carcerária da Arquidiocese de São Paulo falam sobre a homofobia nos presídios

 Em Mulher Encarcerada

“A cadeia, na verdade, serve para reforçar e reproduzir os preconceitos aqui de fora.” Quem afirma isso são os convidados do LADO BI –  programa que vai ao ar todas as quintas-feiras no UOL Música e traz debates sobre cultura e cidadania LGBT -, dessa semana, participantes da Pastoral Carcerária da Arquidiocese de São Paulo: Pedro Rivellino, Mariana Antônio Santos e Geralda Avila. Eles contaram o que veem nos sistema penitenciário de São Paulo em suas visitas a presídios e centros de detenção.
“Tem homofobia por parte dos presos, dos agentes, das famílias que visitam”, conta Rivellino. “As pessoas trans deveriam ter seu nome social respeitado, mas na prática isso não acontece.” Eles também explicam por que não são a favor de celas exclusivas para LGBTs: “É comum que haja 60 pessoas colocadas numa cela feita para 12. O problema de superlotação das celas LGBTs são ainda maiores. Além disso, a gente sabe que a rede de sobrevivência das travestis é pautada nos héteros. Elas não tem visita, não tem que leve jumbo, não dá pra comer a comida do presídio, então elas têm que fazer serviços pra sobreviver.”
A questão das doenças sexualmente transmissíveis e cuidado médico é desprezada, quando não esquecida: “Não há política pública de prevenção de DSTs na cadeia, apenas a distribuição de preservativos fora da prisão para quem entra”. Os três são unânimes em afirmar que o atual sistema punitivo não funciona, e propõem o sistema de justiça restaurativa: “Não faz sentido você retirar uma pessoa da sociedade para que ela aprenda a viver em sociedade. Essa pessoa, ao sair, vai ter seu futuro reduzido ao passado”.

Ouça a íntegra da entrevista no site do UOL 

 
 

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