Um encontro de reflexão com a temática da misericórdia de Deus com as pessoas encarceradas foi realizado pela Pastoral Carcerária da Arquidiocese de Goiânia (GO) em 6 de agosto, por ocasião do Dia do Presidiário.
Irmã Alessandra Santana conduziu o momento de oração e meditação, a partir do Evangelho de Lucas 7, 36-50, sobre a mulher pecadora que lava os pés de Jesus com perfume e enxuga-os com os próprios cabelos. Irmã Alessandra fez um paralelo entre a atitude do Fariseu, que julga levando em conta as aparências e preconceitos, e a de Jesus, que acolhe com amor, mostrando que a justiça de Deus se manifesta com o amor que perdoa os pecados e transforma as pessoas.
Após a fala da Irmã, houve um tempo de reflexão individual, partilha de conhecimentos e troca de experiências entre os participantes, a maioria da PCr de Goiânia, mas também estiveram agentes da Pastoral Carcerária de Trindade.
A atividade foi encerrada com uma celebração eucarística, presidida pelo Padre André Luiz Drummond, que na homilia refletiu sobre a “transfiguração” que o agente da PCr sofre ao visitar os irmãos e irmãs privados da liberdade e ver em cada um deles e delas o próprio Cristo: “Estive preso e fostes me visitar…” (Mt 25,36).
Mística e espiritualidade da Pastoral Carcerária
A vida em abundância para todas as pessoas e a liberdade são pontos centrais no projeto de Deus, como mostram os livros bíblicos. O projeto de Deus sempre indica para uma sociedade em paz, onde não deveriam existir estruturas como as cadeias. Essa paz precisa ser construída diariamente por sujeitos ativos e comprometidos com a justiça social. Assim, Deus pede que cada pessoa seja profeta da justiça, e isso também vale para os integrantes da Pastoral Carcerária.
A Pastoral procura olhar e pensar toda a questão das pessoas presas: a situação em que se encontram, as estruturas das cadeias e prisões, e até da própria sociedade, com o olhar de Cristo bom samaritano (cf. Lc 10, 25-37). Ela crê firmemente no poder de Jesus Crucificado, ressuscitado, e interpreta e trabalha na realidade prisional-penitenciária à luz da pessoa e da prática de Jesus Cristo. Por isso, a espiritualidade da Pastoral é a oração, contemplação, ação do agente pastoral ao se colocar e atuar dentro do mundo dos presídios, na sociedade e na Igreja, por causa de seu compromisso com as pessoas presas.
Nesse sentido, a vida espiritual do agente da PCr deve ser nutrida pela oração, participação na Eucaristia e nos sacramentos e atuação na dinâmica de sua comunidade de fé. Com esse sólido alicerce na fé em Cristo, o agente da Pastoral Carcerária persevera diante do exigente trabalho com as pessoas presas.
(Texto a partir do manual “Formação para agentes da Pastoral Carcerária”, páginas 19 a 21)
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