PCr participa de Congresso Internacional Elas Existem sobre encarceramento feminino

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A Pastoral Carcerária Nacional esteve presente no Congresso Internacional da Elas Existem sobre encarceramento feminino, que ocorreu em Salvador, Bahia, dos dias 10 a 12 de maio. 

Magda de Fátima Oliveira, Coordenadora Nacional para a questão da mulher encarcerada da PCr, Cristina Coelho, do GT da Mulher do Paraná e Jeane da Costa, Coordenadora sobre a questão da mulher encarcerada do Amapá, representaram a Pastoral no encontro que contou com a presença de diversas entidades e acadêmicos.

O primeiro dia do congresso iniciou com falas de todas as diretoras executivas da Elas Existem: Carol Bispo, Nahyá Nogueira, Mayara Albino e Érica Germano, seguiu com a palestra “Práticas Literárias Abolicionistas”, onde Denise Carrascosa e Verônica Mendes contribuíram com a mesa.

O artista Mario Omar fez uma apresentação cultural, mostrando a arte de contar histórias. Mais tarde foi feita uma homenagem para a coordenadora do Escritório Social da Bahia, Luz Marina, que recebeu uma placa do congresso. 

No segundo dia houve um debate e reflexões sobre a luta pela defesa dos direitos das mulheres privadas de liberdade e egressas do sistema prisional através dos anos. 

Sandra Muñoz, Andrea Domanico e Vanja de Oliveira compartilharam a experiência sobre a vida dentro e fora do sistema prisional brasileiro, e junto delas, Claudia Alejandra e Rosa Julia Leyva trouxeram testemunhos de fora do nosso país.

Mais tarde, Ana Carinhanha, que também é diretora de ações governamentais do Ministério da Igualdade Racial, fez uma performance musical.

O dia de encerramento começou com aulas de ioga e meditação, seguido por trocas acadêmicas, construção de diálogos e reflexões sobre o encarceramento feminino no Brasil. 

Os grupos de trabalho apresentaram resumos acadêmicos de pesquisas como: Os significados do envelhecimento feminino no sistema prisional: um estudo sobre mulheres idosas privadas de liberdade no Ceará; Corpo território: a violência do encarceramento e as suas consequências para a saúde mental de Mulheres Negras; Para além da punição: o processo de abolição das prisões e de cura coletiva.

Os que participaram do último dia do congresso tiveram a oportunidade de acompanhar a mesa “Atuação da sociedade civil no cárcere”, com a participação de representantes da TamoJuntas, Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (CEDECA0), AMPARAR e Elas Existem, junto com atuantes na defesa dos direitos humanos, Leticia Ferreira, Maria Railda Silva, Mara Carneiro e Dianna Fernandes. 

A segunda mesa “Impactos do cárcere – A vida continua”, teve participação da homenageada Luz Marina, que mediou o debate, e as egressas do sistema prisional Edicleia Silva, Marcela Silva, Maria da Anunciação, Adriana de Jesus e Natasha Lafayette.

O dia foi finalizado com a palestra “Novas perspectivas para a luta”, e contou com a participação de Andreza Chirarelli, Fernanda Morais, Luciana Zafallon e Andrea Tourinho.

Confira o relato das representantes da PCr no congresso: 

“Os três dias de congresso foram muito esclarecedores sobre as formas de como uma minoria da sociedade, assim como a Pastoral Carcerária, lutam por um mundo sem cárcere e o abolicionismo penal. 

Três dias de muita discussão sobre o encarceramento feminino, sobre como as prisões vêm de um patriarcado e definitivamente não foram feitas para mulheres; mulheres necessitam de cuidados especiais que o cárcere não tem como oferecer, mulheres adoecem três vezes mais nos presídios do que os homens, a saúde mental das mulheres encarceradas é um problema que vem sendo discutido há algum tempo. 

Diante dessas situações envolvendo a mulher presa, algumas instituições tomam força e fazem a diferença dentro dos presídios levando algum entretenimento, atividades para combater a ociosidade, como o projeto de poesias, teatro, artesanato, dança etc.

Podemos dizer que onde há Luz a escuridão não vence. Assim, saímos do congresso esperançosas por um futuro melhor, sabendo que a luta não é somente nossa, mas que muitas pessoas estão estudando formas de amenizar as sequelas do pós cárcere e também engajados em construir um futuro sem cárcere, onde a educação vence e a humanidade possa se valorizar”.

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