Presos de Caravelas (BA) denunciam maus tratos à Pastoral Carcerária

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Após saber, por mães de presos, que mulheres e homens encarcerados na Delegacia de Caravelas, cidade ao sul da Bahia, sofrem com maus tratos de policiais militares, a Pastoral Carcerária da Diocese de Teixeira de Freitas/Caravelas, visitou o local em 2 de maio, tendo antes levado as denúncias ao delegado-coordenador da 8ª Coordenadoria de Polícia do Interior, doutor Marcus Vinícius, que disse desconhecer a existência de tais práticas.
Ao chegar à delegacia, o coordenador diocesano da PCr, Edivilson Macedo, acompanhado do vice-coordenador Jorge Francisco, e do agente de pastoral Durval de Jesus, foi recebido pelo delegado doutor Máderson Dias, e posteriormente visitaram às celas.
No diálogo com presos de sete celas, foram comuns os relatos sobre as violências que sofrem regularmente, com os policiais fazendo uso de cassetetes e até barras de ferro. Em uma das celas, até a esposa de um dos detentos foi espancada.
Os presos também denunciaram que os policiais destruíram todo o artesanato que já haviam produzido e que estavam sem energia elétrica.  Houve ainda casos de humilhação dos detidos, como se deu em uma das celas em que os policiais “pediram para o mesmo colocar as mãos dentro do vaso sanitário sujo, para pegar um celular, e ele levou também três chicotadas de barra de ferro”.
Houve relatos ainda de que alguns presos foram obrigados a se despir e permanecer no chão por quase quatro horas, e que, especificamente na cela feminina visitada, as presas sofriam recorrentemente com os golpes de cassetete e tapas na cara.
Um dos presos disse ainda que após uma ação da polícia, jogando gás de pimenta, o mandaram ler um livro, com o titulo ‘Eu devereria estar morto’, e, depois, bateram com o livro em sua cabeça e com uma barra de ferro em suas costas, quebrando também os artesanatos, “e lhe ameaçaram dizendo que milagre é ele estar vivo e que assim que colocar o pé na rua vai morrer”.
Após encontrar-se com os presos, os agentes da PCr diocesana voltaram a conversar com o delegado Máderson, “que alegou estar tudo normal e que foi feito uma vistoria, na qual foi encontrado celular, e que faz 30 dias que chegou e que houve algumas mudanças; citou como exemplo o carcereiro que foi demitido por facilitar a entrada de objetos na cadeia e que no mais estava tudo sob controle”, consta em um dos trechos do relatório da visita.

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