No dia 06 de abril, foi realizada a missa de lava pés no Estabelecimento Penal Feminino de Três Lagoas (EPFTL), no Mato Grosso do Sul.
Os agentes da Pastoral Carcerária, juntamente com o Pe. Edi Pereira Quina, pároco na Paróquia Santa Rita de Cássia, de Três Lagoas, viram a necessidade de fazer o exercício de lava-pés com as mulheres encarceradas.
No dia da celebração, doze mulheres foram liberadas para sentar nas cadeiras do pátio e, segundo a coordenadora para a questão da mulher encarcerada do MS, Rosilda Ribeiro, muitas delas choraram enquanto o padre lavava e secava seus pés. Ela diz que o ato foi grandioso e libertador para as mulheres, que se sentiram valorizadas.
Rosilda enfatiza que junto aos agentes da PCr, estavam também as acadêmicas da medicina. Ela conta sobre a parceria de levar as estudantes dentro da unidade prisional feminina, para que possam iniciar projetos que favoreçam a saúde física e mental das mulheres privadas de liberdade.
“Essa missa foi um processo libertador, não só das pessoas que estão encarceradas, das servidoras e da PCr, mas para as acadêmicas da medicina que nunca viveram esse momento e nunca haviam pensado que mulheres poderiam ser tão maltratadas pela violência do encarceramento”, relata a coordenadora.
“Foi um momento de cura do nosso coração e cegueira, onde muitas vezes nós vemos a mulher privada da sociedade como de fato o que a sociedade mostra. Enquanto elas estiverem privadas, eu não posso me sentir livre, nunca”, desabafa Rosilda.
O dia 20 de abril marcou outra celebração no cárcere: a Penitenciária de Segurança Máxima de Naviraí, no Mato Grosso do Sul, realizou um evento em comemoração ao dia dos povos indígenas.
Evandro, assistente social da unidade, conta que foram apresentados vídeos de rezadores de suas aldeias de origem, um grupo de rap indígena de Dourados, e da cantora guarani-kaiowá,MC Anarandá, que iniciou sua carreira musical em 2014.
Além dos vídeos, foram mostradas fotos de aldeias do cone sul do estado. Evandro relata que muitos dos que estavam presentes na comemoração reconheceram familiares e amigos.
O encontro também marcou o início do projeto do Grupo de Apoio aos Indígenas da unidade.
“Fizeram pintura corporal e como lanche para os indígenas, foi fornecido mandioca frita e cozida, que há m
uito tempo não era consumida por eles”.