Um estudo sobre as condições de saúde das mulheres da Penitenciária Ana Maria do Couto, em Cuiabá (MT), foi iniciado em 23 de agosto pela Pastoral Carcerária da Arquidiocese de Cuiabá e a 2ª Vara de Execução Penal da Comarca da capital do Mato Grosso.
O objetivo da iniciativa é oferecer informações, alinhadas à realidade regional, para subsidiar ações de melhoria, além de promover a discussão sobre o tema, uma vez que o atendimento de saúde é um dos principais problemas daquela unidade prisional (UP).
As entrevistas com as encarceradas foram realizadas por dez voluntários da Pastoral Carcerária e quatro servidores do Poder Judiciário. O trabalho foi acompanhado pessoalmente pelo juiz titular da Vara, Dr. Geraldo Fidelis, e pelo assessor eclesiástico da PCr para a unidade feminina, padre Osvaldo Scotti. O grupo ouviu mais de 66% do total de presas e continuará a coleta de informações nesta semana.
Estão sendo levantados cem indicadores, como perfil socioeconômico, percepção sobre as condições de saúde físicas e mentais; rotina de atendimento na unidade; dependências de drogas lícitas e ilícitas, acesso a medicamentos, profissionais de saúde, exames e internações; levantamento de pacientes com doenças crônicas, mentais, infectocontagiosas, além da identificação de perfis que inspiram atenção especial, como crianças (residentes com a mães UP), gestantes e deficientes.
Além do censo, foram ouvidos servidores responsáveis pelo atendimento das presas, coleta realizada pela enfermeira Dorvina de Figueiredo Costa Pereira, gerente de ações estratégicas em saúde técnica da Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso, convidada pela Pastoral Carcerária.
Apesar da falta da oferta de condições adequadas, com entrevistas feitas entre grandes, sem privacidade, respondentes e voluntários em pé e muitas vezes no sol, o desconforto cansou, mas não desmotivou voluntários e mulheres encarceradas que esperam que seus esforços provoquem mudanças positivas.
Fonte: Pastoral Carcerária da Arquidiocese de Cuiabá