A Pastoral Carcerária Nacional lança nesta terça-feira (31) o relatório “Por um mundo sem cárceres: A urgência do desencarceramento”. O documento reúne artigos de diversas organizações, agentes pastorais e intelectuais abolicionistas penais sobre um horizonte livre de grades.
O “mundo sem cárceres” é o lema basilar da Pastoral Carcerária. Pensar esse mundo e os caminhos para alcançá-lo foi a motivação abordar os aspectos raciais, morais e políticos que envolvem o encarceramento, e como a prisão é usada como um instrumento de tortura e repressão pelo Estado.
O relatório tem como objetivo trazer para o centro do debate social a abolição do cárcere e de toda violência que ele produz e sustenta, além de contrapor a narrativa punitivista que domina os meios de comunicação.
Ele começou a ser pensado a partir da constatação do aumento de denúncias de tortura no sistema prisional nos últimos anos. A violência no cárcere é sistemática e estrutural, portanto, só pode ser encerrada através de medidas desencarceradoras e do fim das prisões.
Ao todo, são nove artigos que transitam entre a teologia, o racismo, os impactos do encarceramento dentro e fora das grades, o porquê da luta pelo desencarceramento e os caminhos para alcançá-lo.
“Um mundo sem cárceres não é utopia. Utopia é acreditar que encarcerar resolve os conflitos sociais. Prisão é uma máquina de destruir pessoas, mata a dignidade, afeta sonhos e fomenta ódio, rancor e desejo de vingança.” lembram Vera Dalzotto e Joselene Linhares no artigo “A Justiça Restaurativa por um mundo sem prisões”.