Na Bolívia, Pastoral atua para um tratamento mais humanitário aos presos

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Cochabamba é a terceira maior cidade da Bolívia, com 2 milhões de habitantes, quase 20% da população de 10 milhões de pessoas do país. Nesta localidade, a Pastoral Penitenciária atua para a garantia de direitos de 2,7 mil presos. Em toda a Bolívia, há 16 mil encarcerados.
DIGITAL CAMERAEm visita à coordenação nacional da Pastoral Carcerária, em janeiro, Joseph Loney, da Pastoral Penitenciária da Arquidiocese de Cochabamba, contou detalhes de como a ação pastoral junto aos presos é realizada em sua cidade.
“Nós ajudamos os internos na reabilitação e para que aprendam um ofício, porque o sistema de lá é muito diferente do Brasil. O governo boliviano dá cerca de um dólar por dia e com isso cada preso tem que sobreviver, ou seja, o governo não dá comida, não dá saúde, nem roupa. Com esse um dólar, eles têm que fazer tudo”, explicou.
De acordo com Joseph, todo o trabalho da Pastoral é realizado voluntariamente por 15 pessoas, na assistência espiritual, jurídica e de alimentação dos presos. “Somos independentes do arcebispado de Cochabamba. Nosso financiamento vem em grande parte da Cáritas. Temos um assessor, uma coordenadora, há religiosos e missionários como eu”.
Joseph comentou que a motivação de sua visita ao Brasil foi para estreitar laços com a Pastoral Carcerária e aprender alternativas para a manutenção da Pastoral e a defesa dos direitos dos presos.
“Estou aqui para aprender a experiência do projeto do Brasil, para ver se o levamos para a Bolívia. Queremos uma alternativa para que as pessoas não terminem nas carceragens e para que busquem uma forma de vida honesta. Na Bolívia, não há nada de reabilitação, busca-se somente encarcerar a pessoa”, explicou.
O agente da Pastoral Penitenciária de Cochabamba lamentou que também no Brasil haja uma tendência ao encarceramento em massa e tratamento pouco humanitário com os presos.
“Acredita-se que solução da criminalidade é encarcerar as pessoas, mas nós, como pessoas de fé, temos que atuar com base nesta fé. O exemplo de Jesus para nós não foi de condenar uma pessoa, mas de tentar reabilitá-la, por isso o tema da Justiça Restaurativa é fundamental. Isso não é uma opção para nós, pessoas de fé, é uma obrigação”, concluiu.

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