Há tempos o Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico de Franco da Rocha II (HCTPII) não conta uma rede própria de energia elétrica, mas diante da necessidade de manter a atenção à saúde dos presos, utilizava energia emprestada do hospital psiquiátrico do Juqueri.
No entanto, há um mês, conforme revelou uma fonte consultada pela Pastoral Carcerária Nacional, a diretoria do hospital psiquiátrico tem reduzido drasticamente a liberação de energia para as dependências do HCTPII.
“Quando libera a energia é no máximo por uma hora e desliga novamente. O hospital está um caos com este calor. Os atendidos estão sem televisão, sem ventilador, tomando banho gelado e pior, sem claridade, a segurança os tranca mais cedo”, conta uma pessoa que tem contato frequente com a realidade do HCTPII.
Segundo relata a mesma pessoa, a diretoria do hospital psiquiátrico do Juqueri, já em junho de 2013, teria solicitado que o HCTPII desmembrasse a própria rede de energia, mas nada foi feito. Deu-se um novo prazo até outubro, outro mais até de dezembro, e após esse período, sem que nada tenha sido feito, começaram os cortes de fornecimento ao hospital de custódia.
A pessoa denunciante do caso à Pastoral Carcerária lamentou também que raramente os atendidos no HCTPII recebem visitas do Ministério Público e de órgãos de direitos humanos. “Os presos podem passar pelas maiores desumanidades, violência psicológica, que ninguém fala nada. Só porque é pobre tem que viver jogado?”.
Ao tomar ciência da denúncia, a Pastoral Carcerária a encaminhou para o núcleo carcerário da Defensoria Pública de São Paulo, que disse que irá oficiar a situação à diretoria do HCTPII. A Pastoral espera que ao tomar ciência do caso, o Ministério Público, a Defensoria e a Secretaria de Administração Penitenciária de São Paulo garantam uma rápida solução para a situação.