O processo de avaliação do desenvolvimento institucional da Pastoral Carcerária, realizado ao longo de 2013, indicou a necessidade de um profissional para o gerenciamento dos projetos atuais e futuros da PCr. E esta pessoa é, desde o começo de janeiro, Angelica Simone Mortel.
Formada em Letras e Desenvolvimento Internacional, Angélica, que é norte-americana, chegou ao Brasil em 1998, com a experiência de atuação em uma ONG que luta contra a fome no planeta. Em São Paulo, atuou em diferentes projetos na periferia, na Brasilândia, zona noroeste da cidade. Em 2010, regressou aos Estados Unidos, mas em 2012 voltou ao Brasil para atuar em uma associação de pequenos produtores orgânicos.
Nesta entrevista ao Site da PCr Nacional, Angelica fala de sua biografia, explica as atribuições que terá e revela gratidão por poder participar da missão da Pastoral Carcerária para “uma mudança necessária na sociedade brasileira”.
Site PCr Nacional – Angélica, conte-nos um pouco sobre sua formação, biografia e trajetória profissional. Enfim, quem é Angélica Mortel?
Angelica Simone Mortel – Cheguei ao Brasil em 1998. Antes eu trabalhava numa ONG nos Estados Unidos chamada Bread for the World, que trata da questão da fome no mundo. Eu vim ao Brasil com meu marido como missionária leiga de Maryknoll. Trabalhei e morei por seis anos na periferia de São Paulo, na Brasilândia, onde os outros missionários de Maryknoll moravam, inclusive a Heidi Cerneka [da coordenação nacional da PCr] e vários outros que já passaram pela Pastoral Carcerária aqui em São Paulo. Eu fazia parte da equipe da Pastoral da Criança como líder e coordenadora paroquial, e também trabalhava em um jornal comunitário, grupos de mulheres e um projeto de geração de renda. Em 2000, nasceu minha primeira filha e dois anos depois minha segunda filha. Decidimos sair da periferia e morar numa área rural, em Ibiúna, que fica a duas horas de São Paulo. Lá continuei meu trabalho com a Pastoral da Criança, mas com famílias rurais. Em 2010, saímos de Maryknoll e voltamos aos Estados Unidos. Depois de anos fora do meu país nativo, foi muito difícil me acostumar com a cultura e a vida por lá. Também adoro o Brasil, então, em 2012, decidimos voltar e comecei a trabalhar em uma associação de pequenos produtores orgânicos em Ibiúna.
Site PCr Nacional – Em 2013, a Pastoral passou por um processo de avaliação de desenvolvimento institucional. Sua contratação está inserida neste contexto?
Angelica Mortel – Sim. A avaliação levantou a necessidade de ter uma pessoa para cumprir o papel de gerenciar os projetos e assegurar a base de doadores.
Site PCr – E quais são suas atribuições na Pastoral Carcerária? De que forma sua atuação vai aprimorar o que a Pastoral já tem feito?
Angélica Mortel – Aqui na Pastoral Carcerária sou responsável pelo gerenciamento de projetos com foco nas necessidades da Pastoral, e pela captação de recursos com doadores institucionais (fundações e organismos internacionais) e doadores individuais. Espero que a minha atuação ajude a assegurar que as metas dos projetos sejam cumpridas dentro dos prazos previstos e que haja uma base consistente e sustentável de doadores.
Site PCr – Para concluirmos, Angélica, o que significa para você estar profissionalmente na Pastoral Carcerária?
Angélica Mortel – É um grande privilégio poder contribuir à missão da Pastoral Carcerária. Estar na jornada missionária junto aos 6 mil agentes da Pastoral e a equipe aqui no escritório nacional me deixa muito inspirada. O Mahatma Gandhi falou: “Temos de nos tornar na mudança que queremos ver.” A Pastoral Carcerária vive essa ideia e fomenta uma mudança necessária na sociedade brasileira. Sinto muita gratidão por poder participar dessa missão.