A cadeia pública de Eunápolis (BA) está interditada para custodiar presos desde 8 de janeiro deste ano, mas ainda tem recebido encarcerados, conforme constataram os agentes da Pastoral Carcerária e do conselho da comunidade da comarca de Teixeira de Freitas, em visita ao local em 5 de outubro.
De acordo com o Dr. Edmundo Costa, presidente do conselho da comunidade – que visitou a cadeia junto a Edivilson Macedo Silva e Jorge Francisco de Souza (coordenador e vice da PCr da Diocese de Teixeira de Freitas/Caravelas) e ao padre Francisco Saraiva, da Diocese de Eunápolis – estão presos no local ,temporariamente desde 27 de setembro, seis agentes penitenciários, suspeitos de atos de improbidade ou falta de decoro administrativo.
Houve dificuldade para a entrada dos membros da PCr e do presidente do conselho na cadeia, mas assim que foi autorizada a visita, um cenário de caos pôde ser constatado.
Em uma das celas, onde estava um dos presos, eram “visíveis às péssimas condições de ruínas com ferros destroçados de destruições passadas, e ao chão da cela um colchão de solteiro usado (fornecido por populares, conforme fomos informados). Há ausência de lâmpada elétrica, inexistência de água potável para beber, de qualquer fornecimento de alimentação, kit higiene, assistência médica, psiquiátrica ou psicológica, ou atendimento jurídico do Estado”, afirmou Dr. Edmundo, no relatório da visita.
Em outra cela, estavam os outros cinco agentes administrativos presos, e mais três pessoas, um destes, idoso, preso há poucos dias, que afirmou ser diabético. A conversa com esses encarcerados foi difícil, pois no subcompartimento onde estão não é possível que sejam vistos e há dificuldade para que se posicionem em algumas das pequenas aberturas, em meio a grades de ferro.
“Reclamam ao todo ali encarcerado, que já contam 11 dias nessas condições, sem receberem visitas, sem se comunicarem com familiares e suas famílias. Estão passando dificuldades”, apontou o Dr. Edmundo no relatório da visita.