Em 6 de novembro, o arcebispo de Goiânia, Dom Washington Cruz, presidiu missa com as encarceradas do Centro de Inserção Social Consuelo Nasser, uma das unidades do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia (GO), que abriga aproximadamente 60 mulheres.
A celebração do Jubileu dos Presos, realizada pela Igreja em todo mundo naquele dia, foi parte da programação do Jubileu extraordinário da Misericórdia, proclamado pelo Papa Francisco.
Na Arquidiocese de Goiânia, a Pastoral Carcerária levou àquela unidade prisional um coral e promoveu um almoço fraterno com as presas. “Deus nos acolhe a partir do momento em que nos dispomos a nos aproximar dele. Quanto mais nos afastamos, mais ele está próximo de nós”, disse Dom Washington na homilia.
Para o coordenador arquidiocesano da Pastoral Carcerária, Diácono Ramon Curado, que auxiliou o Arcebispo na celebração, no Jubileu dos Presos a Igreja leva uma importante mensagem aos detentos e para toda a sociedade. “Como o próprio Papa disse, ‘a hipocrisia faz com que não se pense a possibilidade de mudar de vida, há pouca confiança na reabilitação, na reinserção social’. Precisamos, juntos, ajudar essas pessoas a superarem os erros do passado, para que possam retornar à sociedade e abrir um novo capítulo em suas vidas”, comentou o Diácono.
Irmã Petra Silvia Pfaller, coordenadora nacional da Pastoral Carcerária para a Questão da Mulher Presa, disse que foi escolhido o presídio feminino para celebrar o Jubileu dos Presos na Arquidiocese de Goiânia, porque o encarceramento para as mulheres é bem mais grave e complexo do que para os homens. “O sistema prisional foi feito por homens e para homens. O abandono das mulheres no cárcere é bem maior do que o dos homens, tanto por parte do Estado como dos familiares: as mulheres têm menos visitas, sobretudo dos maridos e companheiros; a separação dos filhos é muito dolorosa; o atendimento de saúde da mulher é mais complexo e delicado”, explicou.
A Religiosa também disse que o Jubileu não foi celebrado no Bloco Feminino da Casa de Prisão Provisória (CPP) porque lá a situação é bem mais difícil devido à superlotação e às condições bastante precárias do lugar. Questionada sobre o sentido do Jubileu dos Presos, ela respondeu que toca o coração tanto de quem está preso quanto de quem participou da celebração.
“Esse jubileu foi um pequeno gesto do alcance profundo de Deus nas pessoas presas e em nós, que aprendemos muito com elas também. A experiência da presença de Deus nos cárceres é muito rica e importante, porque percebemos que o amor dele para conosco é grande. Sou pecadora como elas e juntas percebemos a imensidão do amor do Pai que não faz distinção de pessoas, porque todos somos seus filhos e filhas que merecem ter chance de começar novos caminhos com ele”, comentou a Irmã.
O Papa Francisco também em 6 de novembro deixou sua mensagem na missa que celebrou na Basílica de São Pedro, em Roma, com centenas de presidiários. “Lá onde está uma pessoa que errou, nesse lugar se faz ainda mais presente a misericórdia do Pai, para suscitar arrependimento, perdão, reconciliação e paz”, auspiciou.
O Jubileu extraordinário da Misericórdia, que começou no dia 8 de dezembro de 2015, se encerra no próximo dia 20 de novembro, Festa de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, com o fechamento da Porta Santa na Basílica de São Pedro, em Roma, presidido pelo Papa.
Por ocasião dessa solenidade, haverá no dia anterior, 19, uma Vigília na Basílica do Divino Pai Eterno, em Trindade (GO), às 20h. Na Arquidiocese de Goiânia, o encerramento do Ano Santo será no dia 13 de novembro, com o fechamento da Porta Santa e missa presidida por Dom Washington Cruz, no Santuário Basílica Nossa Senhora do Perpétuo Socorro (Matriz de Campinas), às 18h, e fechamento da Porta Santa e missa às 19h30, na Paróquia Sagrada Família (Vila Canaã), presidida pelo bispo auxiliar Dom Moacir Arantes. Nesse dia, as Portas Santas abertas serão lacradas.
Fonte: Pastoral Carcerária da Arquidiocese de Goiânia (GO)