“JUSTIÇA RESTAURATIVA COMO PROFISSÃO” VIRA BATE PAPO DE PODCAST NO SPOTFY

 Em Justiça Restaurativa, Notícias

“Você não precisa ser juiz, nem fazer direito para falar de justiça. Ela faz mais parte da sua vida do que você imagina.” É assim que começa o podcast da “Papodebs”, no Spotfy, ao abordar a temática “Justiça Restaurativa como Profissão”.

Debs traz ao seu podcast a psicóloga, guardiã de Círculos de Construção de Paz e diretora do Laboratório de Convivência, Mônica Mumme. Durante o programa é levantada a questão da Justiça Restaurativa como uma profissão. Muitos facilitadores dedicam tempo de estudo e tempo de atuação na área da JR e esse “tempo” é sempre nos momentos de descanso.

Além deste questionamento, o bate papo reforça que o método atual, punitivo, não é a opção mais eficaz para um mundo de relações saudáveis. “Justiça para mim não é aquela balança parada, porque a vida não é parada, a vida é movimento”. A Justiça Restaurativa ajuda a entender atitudes pessoais e violentas que às vezes não sabemos lidar, ou com outras situações que estão fora do nosso domínio, mas que nos afeta.

Dessa forma, vemos que as relações precisam ser transformadas. Este caminho de transformação é papel fundamental do facilitador. Uma presença que tem cada vez mais se mostrado necessária na vida das pessoas, na sociedade e também nos cárceres.

“Não precisa judicializar nossa dor, nossa emoções, nossas vidas” ressalta a psicóloga. Muitas pessoas buscam alternativas e é educando e conscientizando profissionais como psicólogos, advogados, assistentes sociais, pessoas em geral que se constrói novos caminhos, novas formas de se relacionar.

A Pastoral Carcerária vem trilhando este caminho debruçada na busca por um mundo sem cárceres onde a Justiça Punitiva dê lugar a Restaurativa. 

Neste caminho tem visto o quanto tem avançado as práticas circulares como ferramenta de restauração , não só entre os agentes, mas também no universo do direito , dentro das profissões exercidas na área como também entre familiares e sobreviventes do sistema prisional. São vários os membros da PCr que buscam cada vez mais formação e que aplicam de forma voluntária o conhecimento recebido.

Sem dúvida, a Justiça Restaurativa está crescendo e acreditamos que possa alcançar uma sociedade não punitivista, mudando assim a nossa história brasileira . 

O bate papo é uma boa ilustração de que é possível sim acreditar em um mundo sem cárceres, sejam grades nas prisões, como existenciais conforme a conjuntura atual nos apresenta . 

Convido vocês a clicar neste link para acessar o Podcast e contribuir ainda mais para o crescimento desta rede de alternativas em busca de uma justiça que restaura.

E junto com a iniciativa do Podcast, existe o livro “Histórias não escutadas: os Mestres Griôs e a Justiça Restaurativa” que busca aprofundar a importante necessidade de escutarmos e dialogarmos com novos caminhos de convivência e de construção justiça.

A obra aborda a Justiça Restaurativa a partir da diversidade de histórias encontradas em nossa cultura brasileira. Mostrando assim, não só a Justiça Restaurativa como possibilidade, mas como um caminho que já existe há muito tempo. Precisamos retomá-lo e aprofundá-lo.

TEXTO: MARIA RITHA PAIXÃO

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