Neste dia 16 de julho, a Igreja no Peru celebra o dia da pessoa Encarcerada. O Monsenhor Jorge Enrique Izaguirre Rafael, Assessor da PCr do Peru e Presidente do CEAS (Comissão Episcopal de Ação Social), divulgou uma mensagem, na qual denuncia a situação de marginalização e violações de direitos na qual se encontra a população encarcerada do país, ainda mais nesse período de pandemia, e clama para que o Estado e a Sociedade encontre uma solução.
Para ler a mensagem completa em Espanhol, clique aqui.
Confira abaixo trechos da Mensagem de Mons. Jorge:
“Neste dia, a Igreja, que acompanha a realidade das pessoas encarceradas, suas famílias e funcionários das prsiões, convida a todas as pessoas de boa vontade, o Estado e a sociedade em seu conjunto a dirigir seu olhar para o mundo da prisão.
A pandemia revelou a realidade do ser humano como indivíduos e sociedade, desde as causas da pandemia até a forma como temos atuado nela.
A impotência que temos vivido é mais forte em alguns grupos que em outros. Um desses grupos é o das pessoas encarceradas: 13 rebeliões [desde o início da pandemia], 16 presos mortes como consequência da ‘restauração da ordem interna, uma investigação dessas mortes exigida pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos, uma sentença por parte do Tribunal Constitucional sobre o que significam as condições nas prisões superlotadas, assim como a morte de mais de 400 pessoas por conta do vírus, tanto encarcerados como funcionários.
Os problemas das pessoas encarceradas, assim como dos funcionários, tem aumentado pelo silêncio e indiferença das autoridades, que tem agravado a já problemática superlotação.
A nível internacional, diversos organismos analisaram o impacto da superlotação, estabelecendo que ela não só afeta as pessoas privadas de liberdade, como toda a comunidade: repercute na saúde pública, aumenta os níveis de pobreza, gera marginalização social e econômica e reduz a verba disponível para outras esferas do gasto público (UNDOC:2014)
(…)
O mundo das prisões precisa de compromisso, vontade e esforços permanentes, de toda comunidade. Estado e sociedade devem atuar juntos para que deixe de ser um lugar esquecido. É um mundo que precisa ser dignificado e é uma responsabilidade ética se pronunciar sobre o que ocorre lá dentro para que se busquem mudanças. O cárcere é um universo que põe à prova os princípios fundamentais que mantém a sociedade: igualdade, solidariedade e justiça.
(…)
Que sigamos muito unidos com esperança e fé para continuar construindo e avançando no amor, a nova civilização do Reino de justiça e liberdade, de perdão e paz, pois Jesus Cristo é o caminho, a verdade e a vida (Jo 14, 6)”