A Pastoral Carcerária de Três Lagoas (MS) visitou na manhã desta sexta-feira (17) a penitenciária feminina e a Masculina do Estado.
Divididos em duas equipes, os agentes da PCr foram escutar e estar com as irmãs e irmãos encarcerados neste momento em que se celebra o Corpus Christi.
O Padre Almir José Ramos, vice coordenador nacional da Pastoral Carcerária, e Rosilda Ribeiro, coordenadora nacional para a questão da mulher encarcerada, estavam presentes e visitaram a penitenciária masculina.
Na Penitenciária Média de Três Lagoas, a masculina, o Bispo de Três Lagoas, D. Luiz, Pe. Maurício, Rosilda, Almir e mais três agentes pastorais estavam presentes.
Essa é a primeira visita na penitenciária em dois anos e meio. Após o início da pandemia, só agora as visitas estão sendo retomadas, e apenas uma visita de uma hora por mês foi liberada.
“Foi um momento bastante forte, entramos dentro das alas, ficamos junto com os presos, muitos deles choraram, cantaram, vieram acolher a visita. Pe. Almir perguntou quem estava doente, e no final da visita, ele convidou a todos para rezar uma Ave Maria, e os presos rezaram até mais forte do que nós”, relatou Rosilda.
Padre Almir disse que a recepção foi muito boa, tanto por parte da direção e funcionários como dos presos.
“Ficamos no pátio junto com os presos, conversamos, entramos dentro das celas e nos reunimos para um momento de oração. A participação foi bem grande. A equipe da Pastoral pode ir nas celas, nas grades e fazer esse momento de oração nos pátios. Isso é algo que é uma dificuldade grande em muitos locais, mas pareceu bem tranquilo aqui. Não pudemos visitar a enfermaria, pois segundo o diretor tem alguns presos com tuberculose, que não estão sob cuidado a tempo suficiente para receber visitas”, afirmou o vice coordenador da Pastoral.
O Estabelecimento Penal Feminino de Três Lagoas tem uma média de 120 mulheres presas. A equipe da PCr de cinco pessoas, liderada por Pe. Fábio, assessor eclesiástico da diocese de Três Lagoas, se emocionou e também causou emoção nas mulheres que se encontravam lá.
No momento de oração, as encarceradas se comoveram com os cantos, rezas e a procissão do santíssimo sacramento; duas mulheres, que se encontravam no corró (castigo) estenderam seus braços para o lado de fora, e a equipe acolheu suas dores e orou com elas.
“Com essa realidade do cárcere, percebemos a importância de ser Igreja, essa presença de Cristo, junto às nossas irmãs e irmãos que se encontram privados de liberdade. Para mim é uma alegria servir e encontrar o rosto do Cristo nos cárceres, muitas vezes invisíveis pela sociedade”, disse Pe. Fábio.
Ir Adriane, advogada e missionária do Cimi que participou da visita, declarou que sentiu a presença do “Jesus que está ali, com elas, no coração de cada uma, esse Deus que se abaixa, que sente a dor. E quem somos nós para julgar, condenar? Todos estamos sujeitos e sujeitas a passar por essa situação, por isso não devemos julgar, mas sim acolher”.
O diretor da Penitenciária, Raul Ramalho, agradeceu a presença da Pastoral Carcerária.
“É sempre muito bom a presença não só dos membros da Pastoral, mas também de atos como esse, de aproximação e humanização. Você torna o ambiente menos hostil, mais ameno, de pessoas que representam Jesus Cristo. Ficamos muito felizes, em nome de todos servidores da Penitenciária de Três Lagoas, agradeço, e o que pudermos fazer para dar um pouco mais de dignidade à pessoa humana, é nossa função, tanto profissional como de seres humanos”.
Confira também reportagem feita pela TVC Três Lagoas sobre os trabalhos que as presas na Penitenciária Feminina realizam, visando a redução da pena: