Em uma das visitas periódicas à unidade prisional de Xanxerê, Santa Catarina, Rossaly Beatriz Chioquetta Lorenset e Neusa Cipriani, agentes de Pastoral Carcerária da Diocese de Chapecó, juntamente de outra agente, descobriram um poeta atrás das grades. Mesmo privado de sua liberdade, o artista viu esperança e uma forma de se expressar por meio de sua escrita.
As poesias trazem memórias da prisão e, sobretudo, sua fé em Deus. A simplicidade da escrita e de onde ela nasce são reflexos do cárcere, onde a pessoa é retida e excluída da sociedade. Amilton Soares é um em meio a tantos outros presos que são invisibilizados pelo sistema.
A descoberta se deu após o momento de oração durante a visita em Xanxerê. As agentes deram a palavra para os presos e foi assim que Amilton Soares se manifestou e pediu para ler um de seus escritos. “Esse preso (nós mal conseguíamos ver o rosto dele, embora ele estivesse na primeira cela, era difícil enxergá-lo porque nós estávamos na outra grade – havia a barreira de duas grades) falou: – Posso ler um poema que escrevi?” relata Rossaly.
Muito emocionado, ele terminou a leitura e não conteve as lágrimas, transmitindo também a emoção para as agentes da pastoral e seus companheiros de cela. Naquele momento, Rossaly sugeriu que a PCr fizesse a publicação de sua obra.
Empolgado com o convite, Amilton autorizou a publicação dos seus escritos que, após passarem pela direção do presídio, chegou até a Pastoral. Com a ajuda dos agentes de PCr, envolvidos na missão de dar visibilidade as poesias, hoje é lançado para todos e todas a leitura gratuita da obra “Poesias do Cárcere: Sobrevivente”.
A versão em PDF do livro pode ser adquirida aqui, no site da Pastoral Carcerária Nacional. A obra é uma produção sem fins lucrativos. Desejamos uma ótima leitura!
Texto: Maria Ritha F. da Paixão