A Coordenação da Pastoral Carcerária Nacional lamenta profundamente a morte do amado Bispo de Roma, FRANCISCO.
Papa Francisco, atento aos sinais dos tempos, empenhou-se em concretizar e impulsionar o sonho de São Paulo VI: uma Igreja sinodal, uma Igreja das periferias humanas e existenciais, pobre para os pobres, como também sonhou o Bem-aventurado João Paulo I. Seu compromisso se manifestou desde o primeiro dia de seu ministério petrino, com a visita a Lampedusa, e teve um fecho com chave de ouro em sua última visita ao cárcere romano de Regina Coeli, na Quinta-feira Santa, onde, ao sair, repetiu mais uma vez: “Por que eles e não eu?”
Francisco será também lembrado pela promoção da ecologia integral, pelo cuidado com a casa comum e com a Amazônia, e por entender a Igreja como um hospital de campanha, chamada a não ter medo de se enlamear, superando o clericalismo e a autorreferencialidade.
Sonhava ainda com uma economia a serviço da humanidade, inspirada nos exemplos de Francisco e Clara de Assis, e convocou os jovens economistas para superar uma economia que mata, sintetizando seu apelo no tripé: “Nenhuma família sem TETO; nenhum camponês sem TERRA; nenhum trabalhador sem TRABALHO.”
Também desejava uma educação de qualidade, razão pela qual convocou educadores para a elaboração de um novo marco educativo.
Francisco jamais esqueceu das pessoas presas. Nas Quintas-feiras Santas de seu pontificado, fez questão de estar nos cárceres, lavando os pés de pessoas presas, abraçando suas dores, ouvindo seus clamores e reafirmando sua dignidade. Sua última visita fora do Vaticano foi justamente uma visita ao cárcere. Morreu como viveu: ao lado dos/as descartados/as, junto aos/às últimos/as.
Descansa em paz, Francisco. Intercede pela Igreja para que, neste segundo quarto de milênio, ela continue a caminhar como povo de Deus, testemunha da Esperança.
São Paulo, 21.04.2025
Coordenação Nacional da Pastoral Carcerária