Organizações sociais lançam nesta terça-feira (02) a Campanha Contra a Violência no Campo: em defesa dos povos do Campo, das Águas e das Florestas, com o apoio do CNDH – Conselho Nacional de Direitos Humanos. O lançamento fez parte da programação do Seminário da 6ª Semana Social Brasileira, em Brasília.
Em 2021, foram registrados 35 assassinatos em conflitos no campo, 80% apenas nos estados da Amazônia Legal. É um aumento de 95% em relação a 2020, de acordo com os registros do centro de documentação da Comissão Pastoral da Terra (CPT). “O que demarca nossas terras é nosso sangue, pois os artigos da Lei não são cumpridos”, aponta o indígena Simão Caiowá.
O objetivo da campanha é enfrentar a violência no campo, propondo ações e políticas públicas de proteção das comunidades, dos povos, dos campesinatos, das florestas e das águas; dialogar e sensibilizar a opinião pública nacional e internacional; denunciar todas as formas de violência e articular as redes de apoio para atenção às vítimas.
Dessa forma, a campanha se torna um instrumento de luta contra a violência, que se acirra com a impunidade, conivência do Estado e contribui com o aumento da milícia e pistolagem.
Antonia Ivoneide, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), evidencia a importância da campanha. “Primeiro porque a violência ela é estrutural, é uma questão da estrutura do capital, com processos de concentração da terra, dos bens da natureza e a retirada dos povos dos territórios, e por isso se mata e persegue em torno disso. O segundo elemento da violência é a questão da impunidade; deixar impune, então deixar impune é o que tem acontecido hoje, e isso provoca cada vez mais violência”.