Estar no Santuário Nacional de Aparecida do Norte significa estar em casa, na casa da mãe que acolhe todos e todas. Muitas dore, muito sofrimento e muito desespero estão sendo levados para o colo da mãe de Jesus.
Neste domingo do dia mundial dos pobres, na missa presidida pelo Dom Orlando, coloquei nas intenções, especialmente no altar, as dores das milhares de pessoas presas, homens e mulheres encarceradas em situações desumanas, violentas e torturantes. Além da tortura sofrida diariamente, falta comida, água, remédio e atendimento jurídico para essas pessoas que estão nas margens da sociedade.
O sistema prisional no Brasil é um sistema mortífero de moer corpos jovens, negros e periféricos. Os seus familiares também sofrem e sentem o peso do preconceito da sociedade por simplesmente serem familiares de presos e presas. O vínculo os leva automaticamente para situações onde são humilhados nos momentos de visita os seus entes queridos no cárcere, sendo criminalizados pelo Estado somente pelo fato de serem familiares.
Também rezamos pelos/as agentes da Pastoral Carcerária no Brasil afora, que com muita fé e perseverança não abandonam os/as encaradas e mantêm as visitas regularmente nas prisões, muitas vezes com enormes dificuldades e impedimentos. Lá os agentes encontram Jesus que está preso (“eu estive preso e você me visitou”), sendo testemunhos do amor do Deus pai e da sua misericórdia, sendo luz nas escuridões das celas.
Pedimos a Nossa Senhora de Aparecida que interceda por estas pessoas tão sofridas e abandonadas.
Abaixo, confira a fala de Irmã Petra durante a missa:
Testemunho de Irmã Petra Pfaller, coordenadora nacional da Pastoral Carcerária
Manifesto da V Jornada Mundial dos Pobres
A Jornada Mundial dos Pobres foi iniciada no dia 14 de setembro. Desde então, diversas ações tem sido feitas para provocar a sociedade a agir frente à pobreza, que se agrava cada vez mais.
Após a missa deste domingo, foi lançado um Manifesto da V Jornada Mundial dos Pobres.
“O motivo de nosso protesto é impulsionado pelo convite do papa Francisco, em sua mensagem para o V Dia Mundial dos Pobres, celebrado no dia 14 de novembro deste ano, que nos convoca à reflexão:
“Sempre tereis pobres entre vós” (Mc 14, 7). O pobre sempre está entre nós, no entanto, não podemos nos conformar com a indiferença, naturalizar a pobreza e aceitar o desmonte de ações de proteção social aos empobrecidos que vêm ocorrendo no Brasil.
Isso tudo, em nome de um poder econômico e de interesses políticos que causam morte. Potencializamos o clamor que vem dos territórios: dos povos originários e comunidades tradicionais, que sofrem os impactados pelas invasões e grilagens de suas terras, águas e florestas, destruindo suas vidas, culturas, ancestralidades e identidades.
Além desses impactos econômicos e socioambientais, enfrentam a onda de violência no campo e os impactos do preconceito e do racismo.
Para ler o manifesto na íntegra, clique aqui