Encontro da Pastoral Carcerária da América Latina e Caribe reflete sobre formas de atuação da entidade

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Com o lema “Pastoral Carcerária sem Fronteiras”, nos dias 8, 9, 10 e 11 de fevereiro foi realizado o Encontro de representantes da Pastoral Carcerária, que contou com a participação de representantes de diversos países da América Latina e Caribe. A atividade foi realizada por meio da plataforma Zoom e do canal do YouTube da Conferência Episcopal Argentina. Dentro desta estrutura, diferentes painéis foram desenvolvidos a cada dia.

O evento começou com a abertura de Dom Juan Carlos Ares, bispo auxiliar de Buenos Aires e presidente da Comissão Episcopal para a Pastoral Carcerária. O primeiro painel foi “A missão da Pastoral Carcerária latino-americana à luz do magistério do Papa Francisco”, a cargo de Dom Esteban María Laxague, bispo de Viedma.

Durante a mesa, foi fornecido um conteúdo claro para que os agentes pastorais saibam fundamentar e defender suas opções, aceitando fazer parte desta Pastoral Carcerária, pontos do documento de Aparecida foram retomados, além do conceito de “reclusão não é exclusão”, do Papa Francisco.

O segundo dia foi centrado na “espiritualidade da Pastoral Carcerária latino-americana à luz dos ensinamentos do Papa Francisco”. Neste painel foram desenvolvidos os temas como Pastoral Carcerária da encarnação, profética e da restauração. Do ponto de vista teológico, refletiram eles, a Pastoral Carcerária é uma de reconciliação. A restauração é a consequência da reconciliação.

O terceiro dia foi dedicado ao tema “Mulheres na pastoral carcerária latino-americana à luz da doutrina do Papa Francisco”. Este painel foi liderado por María Patricia Alonso, coordenadora nacional da Pastoral Carcerária. Irmã Petra, coordenadora nacional da Pastoral Carcerária do Brasil, Irmã Nelly León Correa, religiosa do Bom Pastor, fundadora e presidente da Fundação “Levántate”, do Chile, também compuseram este painel; e Dra. Janeth Del Rocío Torrez, assessora e coordenadora da Pastoral Carcerária da Bolívia. Elas refletiram sobre o papel das mulheres na Igreja e, especificamente, na Pastoral Carcerária.

Cada uma delas expôs sua experiência como mulher neste mundo de prisão. Dra. Janeth expressou: “Somos alma, coração e mãos na Pastoral Carcerária, pelos princípios do Batismo, vocação e visão. Por esses princípios, tanto os homens quanto as mulheres têm o direito de participar igualmente na Igreja”.

Irmã Nelly, por sua vez, compartilhou sua experiência de viver este ano pandêmico na Penitenciária Feminina de Santiago do Chile, a fim de atender às presidiárias, já que não poderia entrar de outra forma.

Irmã Petra destacou que é a primeira mulher Coordenadora da Pastoral Carcerária do Brasil. “A mulher é a fonte da vida, mas ela é constantemente ofendida, espancada; o Papa Francisco nos diz: ‘Estamos atrasados, é verdade, tem que haver mais mulheres na Igreja, mais mulheres são necessárias em posições de liderança”.

O último dia teve como eixo o painel “Um passo para a justiça misericordiosa. A Justiça Restaurativa à luz do magistério do Papa Francisco ”. O painel foi conduzido pela Dra. María Jimena Monsalve, juíza e membro do Secretariado. Participaram o padre Oscar Granados de Porto Rico e o diácono Edgardo Farías, de Miami.

O padre Oscar desenvolveu o assunto com fundamento bíblico, e os conceitos fundamentais da justiça restaurativa. O diácono Farías, por sua vez, refletiu sobre os encarceramentos nos hospitais-prisões, a partir do capítulo 7 da Fratelli Tutti. Nesse sentido, percorreu o itinerário da reconciliação e do tratado magisterial sobre Justiça Restaurativa: Contenção; compreensão, compaixão e perdão.

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