Dom Pedro Casaldáliga: 90 anos de vida e 50 anos de profecia

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16 de fevereiro 2018 é uma daquelas datas que não pode passar batida no turbilhão da historia, porque Dom Pedro Casaldáliga, um dos últimos pastores, profetas e mártires, completa noventa anos de vida.
Catalão de nascimento, vive há 50 anos no Brasil, ainda em sua simples casa na Prelazia de São Felix da Araguaia. Doente há muitos anos de Mal de Parkinson, Dom Pedro é ajudado no dia a dia por religiosos e religiosas agostinianos que o circundam de carinho.
Por seu pastoreio no Araguaia, Dom Pedro ganhou renome internacional. Sempre ao lado dos peões, índios e posseiros em suas lutas em defesa da terra, foi ameaçado de morte várias vezes e teve até que deixar a Prelazia em 2012, escoltado, em busca de um abrigo seguro.
Mas nada mais que a declaração de Dom Pedro feita em 1995 na praça de São Pedro sobre o motivo do seu ofício:
“Tua mitra será um chapéu de palha sertanejo, o sol e o luar, a chuva e o sereno, o olhar dos pobres com quem caminhas e o olhar glorioso de Cristo o Senhor. Teu báculo será a verdade do Evangelho e a confiança do teu povo em ti. Teu anel será a fidelidade à nova aliança do Deus libertador e ao povo dessa terra. Não terás outro escudo senão a força da esperança e liberdade dos filhos de Deus, nem usarás outra luva que o serviço do amor”.
Ele afirma que um dos maiores desafios que a Igreja tem hoje, juntamente com a colegialidade real, é a inculturação, o anúncio do Evangelho nas diferentes culturas, e evidentemente, especialmente nesta culturas periféricas da América Latina, Ásia e África.
Na América Latina, tivemos nestes últimos tempos a vantagem de Medellin, Puebla, Santo Domingos e no Brasil uma presidência da Conferencia Episcopal muito lúcida e comprometida, que tem possibilitado esta encarnação, esta inculturação.
Tivemos a oportunidade de formar comunidades, de entrar em pastorais especificas. Logo se criou a Pastoral da Terra, o Conselho Indigenista Missionário, dentre muitas outras pastorais e comunidades.
Homenagear Pedro nos seus 90 anos é resgatar as grandes causas pelas quais ele tem vivido. “Minhas causas são mais importantes do que minha vida”.
Parabéns Dom Pedro! Ícone viva da Igreja em saída!

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