1º Retiro dos assessores eclesiásticos da Pastoral Carcerária do Regional Leste 2 ocorre em Juiz de Fora

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A comunidade do seminário Santo Antônio, de Juiz de Fora, acolheu no fim de semana de 12 a 14 de agosto o primeiro retiro para assessores eclesiásticos da pastoral Carcerária do Regional Leste 2. Organizado pela Coordenação Estadual e sonhado há bastante tempo pelo Padre Wellinton Nascimento, assessor eclesiástico da pastoral regional, teve sua concretização com a colaboração do Padre Marcelo Moreira Santiago, que recentemente veio fazer parte desta missão regional da Pastoral Carcerária.

Neste momento místico estiveram presentes quinze pessoas, sendo elas padres, irmãs e quatro seminaristas diocesanos do propedêutico da Arquidiocese de Juiz de Fora. Além da arquidiocese  anfitriã, estiveram presentes os assessores e a assessora das Arquidioceses de Diamantina e Mariana e as dioceses de Sete Lagoas, Januária, Uberaba e Araçuaí.

Participaram deste momento também Magda, da Coordenação Colegiada do Regional, Irmã Petra Pfaller e o padre Gianfranco Graziola, Coordenadora nacional e Assessor Teológico da Pastoral Carcerária Nacional, respectivamente. No começo desse momento muito rico ocorreu uma mística orientada pelo padre Gianfranco, que teve como referência o texto do capitulo quarto de Lucas:

“16 Dirigiu-se a Nazaré, onde se havia criado. Entrou na sinagoga em dia de sábado, segundo o seu costume, e levantou-se para ler. 17 Foi-lhe dado o livro do profeta Isaías. Desenrolando o livro, escolheu a passagem onde está escrito (61,1s):* 18 O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu; e enviou-me para anunciar a Boa-Nova aos pobres, para sarar os contritos de coração, 19.para anunciar aos cativos a redenção, aos cegos a restauração da vista, para pôr em liberdade os cativos, para publicar o ano da graça do Senhor. 20 E, enrolando o livro, deu-o ao ministro e sentou-se; todos quantos estavam na sinagoga tinham os olhos fixos nele. 21 Ele começou a dizer-lhes: “Hoje se cumpriu este oráculo que vós acabais de ouvir”.

Comentando o texto que é o projeto de vida do próprio Jesus, lembrou que o grande sonho da Pastoral Carcerária é o “mundo sem prisões”, hoje programa e horizonte da Pastoral Carcerária latino-americana, e concretamente do Conselho Episcopal Latino-americano – CELAM.

Após este momento orante, houve uma acolhida por Dom Gil Antônio Moreira, arcebispo de Juiz de Fora, que se alegrou com essa presença e louvou esta iniciativa que alimenta e fortalece nossa missão evangelizadora e de promoção humana no mundo no cárcere.

Logo em seguida, os participantes se apresentaram e partilharam sobre a caminhada pastoral das Igrejas locais, dos sonhos, dos projetos presentes e futuros, criando um profundo clima de comunhão, ambiente propício para o Espírito Santo agir em cada um dos presentes.

Assessorou este momento importante Dom Otacílio Ferreira de Lacerda, bispo da Diocese de Guanhães e referencial para a Ação Social Transformadora do Regional. O espírito que animou o retiro foram as obras de misericórdia corporais e espirituais com o tema “uma Igreja Sinodal e a vivência da misericórdia” e o lema tirado do versículo 36 do capítulo sexto de Lucas: “Sede misericordiosos como também vosso Pai é misericordioso”.

O texto guia do retiro foi o episódio da Transfiguração, que nos ajudou a refletir que da tribulação somos convidados à glória celestial. A transfiguração, como aos três discípulos no monte Tabor, renova a confiança e esperança, nos faz encontrar o Amado…faz de nós mais que vencedores porque o fracasso da cruz não terá a última palavra, e da tribulação passaremos para a glória celestial comprometendo-nos com a cultura da paz, para descer à planície e irradiar aquela luz divina, onde a Lei e a Profecia se cumprem para a edificação das tendas, Casa comum, ecologia integral onde nossa humanidade é transfigurada do encontro pessoal e comunitário com o Amado Glorioso.

Este processo de transfiguração que fomos convidados a realizar passa, porém, por subidas e descidas, fidelidade ao Senhor até o fim, que se expressa no mistério de luz do discipulado, que é coragem para o bom combate da fé. O convite para subir ao Tabor nasce do silêncio profundo e fecundo, da oração e da vida da comunidade, que contemplando o Mistério da Transfiguração do Senhor faz uma forte experiência de Deus, que leva em seguida à descida da planície da vida. E a partir desta experiência transfigurante e transformante, o convite final a viver a misericórdia de Deus através das obras de misericórdia concretas, sejam elas corporais ou espirituais, porque ambas se tornam alimento e força para a ação pastoral no mundo do cárcere e no sonho para o qual comprometemos e gastamos nossas vidas: “o mundo sem prisões”.

No domingo (14) não havia melhor conclusão deste momento importante para a Pastoral Carcerária, que este ano celebra seu jubileu de ouro, a missa da misericórdia celebrada anualmente na Catedral de Juiz de Fora, Igreja mãe desta porção do povo de Deus, com a presença de 40 pessoas, entre privados e privadas de liberdade e seus parentes, com quem da mesa da palavra e da partilha passamos ao momento não menos sagrado da mesa familiar e fraterna do almoço.

Os votos são que este momento possa ser alargado a outras realidades pastorais e possa se tornar uma autêntica transfiguração de nossa ação pastoral e de nossas planícies, para que se transformem em nova civilização do amor, para nossa linguagem, O MUNDO SEM CÁRCERES!

Pe. Gianfranco Graziola, IMC, assessor teológico da Pastoral Carcerária Nacional

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