Da Ponte Jornalismo
A Pastoral Carcerária é a mais nova colunista da Ponte Jornalismo. A entidade passa a produzir artigos quinzenalmente problematizando as questões do sistema prisional com um olhar especializado e, além disso, “de dentro”, já que seus agentes visitam recorrentemente unidades prisionais em todo o país. A parceria começou no final de julho.
Diante do cenário de “superencarceramento” existente no Brasil e que tem, a cada ano, se agravado, fazendo com que a população prisional supere as 812 mil pessoas, é urgente trazer um debate qualificado sobre o tema.
O trabalho pastoral da Igreja Católica no cárcere, junto aos familiares e presos, começa nos anos 1960 através das Irmãs do Bom Pastor. A Pastoral Carcerária (PCr) se institucionaliza como obra social ligada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) nos anos 1980, coincidindo com o período da redemocratização. Em 1988 foi criada a coordenação nacional da PCr.
Ao longo de décadas, a Pastoral Carcerária atuou em alguns episódios, entre eles o Massacre do Carandiru, em 1992, contestando as políticas oficiais de repressão e o sistema penal como um todo. Em 1997, a Campanha da Fraternidade promovida pela CNBB traz o cárcere como tema – “Fraternidade e os Encarcerados” – dando maior visibilidade para a situação das pessoas presas e as violências promovidas pelos cárceres no Brasil, além de impulsionar os trabalhos da Pastoral em todo o país.
A entidade tem estado presente nos debates sobre o tema, no âmbito estadual e nacional, e denunciado as violações aos direitos fundamentais do encarcerado.
Nos dois primeiros artigos, agentes da Pastoral Carcerária abordaram os massacres em Manaus, em maio deste ano, quando 55 presos foram assassinados no Compaj (Complexo Penitenciário Anísio Jobim), e em Altamira, ocorrido em 29 de julho, quando mais de 60 presos foram mortos dentro do Centro de Recuperação Regional de Altamira (CRRALT). Confira:
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