Paraguai: bispos denunciam terríveis condições de prisões, após rebelião que fez 7 mortos

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Do Vatican News Service – AP

A Conferência Episcopal do Paraguai se manifestou publicamente, após a rebelião violenta que eclodiu na última terça-feira, 16 de fevereiro, no maior presídio do país, a Penitenciária Nacional de Tacumbú, em Assunção. Com o motim, que revelou o controle do crime organizado, 7 pessoas perderam a vida – entre elas, 3 foram decapitadas – e várias outras ficaram feridas. As mortes foram confirmadas pelo Ministério Público.

Centenas de presos se armaram de facas numa rebelião que durou quase 24h, com sequestro de 19 agentes penitenciários e o massacre de pessoas. Segundo os reféns, cerca de mil presos estavam no comando da situação até a retomada do controle por parte dos agentes antimotim.

A manifestação dos bispos

A declaração dos bispos, divulgada no site do episcopado na sexta-feira (19), denunciou as terríveis condições das prisões e de um inteiro sistema penitenciário do país. Além disso, os prelados expressaram condolências e proximidade espiritual às famílias que perderam tragicamente os entes queridos.

“Os fatos demonstram”, afirmaram os bispos, “que não faz sentido ter uma superestrutura para deter pessoas que têm contas pendentes com a Justiça, se a forte corrupção continua a prevalecer nas prisões e se uma profunda reforma prisional não for realizada”.

A superlotação dos presídios

Os prelados lamentaram a ausência de ações eficazes para “reduzir a população carcerária que não foi condenada definitivamente e para evitar a superlotação, que é prejudicial aos direitos fundamentais de todo ser humano”. De fato, a prisão de Tacumbú abriga 4.100 detentos, o dobro do que deveria. Eles expressaram ainda a preocupação “com a extrema violência com que agem os grupos criminosos” – cada vez mais numerosos e violentos -, “que condicionam as autoridades nacionais através da extorsão e têm o controle sobre a população carcerária”.

Recordando que “muitos daqueles que são privados da sua liberdade e estão cumprindo uma pena, ou estão esperando que a justiça aja de acordo com a lei, têm sonhos e esperanças, têm famílias esperando por eles e realmente querem ser reintegrados à sociedade”, os bispos exortaram “o governo nacional, o judiciário e o legislativo a redobrar os esforços” e a terem uma visão mais humana em relação àqueles que são privados de liberdade e merecem uma segunda chance – o que representa uma vantagem para toda a população.

 

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