Texto: Arquidiocese de Passo Fundo
A paróquia Santo Antônio da área pastoral de Passo Fundo, começou a colocar em prática as atividades do 18º Plano Arquidiocesano da Ação Evangelizadora. A atividade desenvolvida foi sobre o Pilar da Caridade, Meta 5, que pede atenção às carências existenciais e tem como atividade “Promover encontros de reflexão sobre a justiça restaurativa”.
Através da vivência de um círculo de apoio a convite da coordenadora da catequese, Maria Teresa Mercio, juntamente com a Pastoral Carcerária, a paróquia fez acontecer uma das ferramentas da JUSTIÇA RESTAURATIVA como momento formativo para as catequistas. Participaram da atividade quinze catequistas e o pároco.
As facilitadoras da vivência circular, VERA DALZOTTO e Ir DILSE SANTIN, possuem formação em justiça restaurativa ESPERE (escola do perdão e reconciliação), práticas circulares, historicidade, base categorial, ética e moral pela faculdade Madalena Sofia, práticas circulares on-line pela instituição moinho da paz, Comunicação não violenta pela instituição CNV BRASIL, Violência estrutural, racismo entre outras formações.
A metodologia dos círculos de construção de paz é uma sistematização de uma prática de relacionamento interpessoal ancestral, que nos aponta para a democracia participativa e está baseada na horizontalidade das relações, nas capacidades e potencialidades individuais e na força da comunidade. Neste círculo a temática foi Jesus que apoia e faz uma escuta ativa, como narra a passagem do evangelho Jo 4 no diálogo com a samaritana.
A atividade se desenvolveu com as/os participantes sentados em círculo. O primeiro ensinamento que tiveram, foi que cada pessoa importa é valorizada e é vista pelo grupo. Mesmo sem uma metodologia, experimentar sentar em círculo, seja com um grupo grande ou pequeno. Com todas as pessoas no mesmo nível, com todas podendo se ver umas nos olhos das outras, simplesmente é transformador, espaço seguro de reflexão, apoio, construção de paz com seus valores e diretrizes construídos com as pessoas participantes.
O resultado da atividade, provocou perguntas que possibilitaram uma partilha e reflexão de nossa escuta ativa na comunidade, catequese, família e sociedade. O centro construído de valores como, sinceridade, fidelidade, respeito … e foi combinado entre todas, de falarmos na primeira pessoa, sigilo, celulares desligados …
Na avaliação das participantes do processo circular, momento de profunda vivência de suas próprias histórias, ajudando a darem-se conta que só ouvimos sem dar a devida atenção, mas a escuta ativa é a ferramenta de esvaziar o ser para escutar a outra pessoa que muito pouco acontece. Queremos ser escutadas, mas pouco escutamos.
Em depoimento a catequista Odete, comenta: “Eu achei uma experiência muito interessante e gratificante. Saber ouvir e acolher o irmão como ele é, nas suas fragilidades e fortalezas, me fez refletir o quanto eu preciso melhorar nas minhas relações, primeiro comigo mesma e depois com o meu próximo. Me ajudou também a olhar para dentro de mim mesma e ver o outro com mais compreensão e amor. ”
ASCOM – Elisabete Gambatto
Fonte: Vera Dalzotto – Pastoral Carcerária