Por Lucas Duarte, da PCr Arquidiocese de Curitiba
No último domingo, 21, a Pastoral Carcerária esteve presente na 33ª Romaria da Terra do Paraná, na Escola Milton Santos de Agroecologia, em Maringá. Com o lema “Sabedoria e natureza clamam por Agroecologia, Teto, Terra e Trabalho”, a celebração, organizada pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) em parceria com a Arquidiocese de Maringá, reuniu comunidades romeiras, pastorais e organizações populares.
Após dois anos sem se encontrar devido à pandemia de COVID-19, a Romaria, ao invés de uma caminhada, como é habitual, conduziu os romeiros e romeiras a caminhar pela história das edições anteriores, recordando lutadores e lutadoras da educação popular e compartilhando saberes. Durante a celebração, aconteceram 13 aulas em pequenos grupos com temáticas ligadas aos cinco principais eixos: a) Agroecologia; b) fraternidade e educação; c) teto; d) terra; e) trabalho. Todos esses eixos estão dentro do contexto de celebração e comemoração dos 20 anos da Escola Milton Santos de Agroecologia. Após a formação, os romeiros e romeiras construíram o Bosque da Romaria, com o plantio de 33 mudas em homenagem aos mártires da educação e da luta pela terra.
A Irmã Luciene de Melo, coordenadora regional da pastoral, destacou que foi uma celebração com temas importantes. “Essa celebração tem tudo a ver com a Pastoral Carcerária, pois a maioria das pessoas presas são oriundas de famílias pobres, sem teto, trabalho e terra”, disse Cristina da Silva da Arquidiocese de Londrina e Coordenadora Regional para a questão da mulher encarcerada, que participa da Romaria da Terra desde 1997, quando a Campanha da Fraternidade trazia como lema Cristo liberta de todas as prisões.
Outro agente de pastoral que esteve presente foi Eduardo Andrade, da Diocese de São José dos Pinhais. Para ele, a Romaria da Terra foi um tempo de amadurecimento da fé e escuta dos sofrimentos e necessidades do povo sofredor, pois “cada cristão e cristã deve estar comprometido com o projeto de Jesus, com a causa de Jesus, que tem o ser humano como centro”. Cristina completa que “quando nossa agricultura está toda orientada para o agronegócio, e nesse tempo de pós pandemia as famílias e as pessoas presas também passam fome, a pastoral tem que estar junto, somando forças com outras organizações, movimentos e pastorais, para que todos tenham vida, e vida em abundância”.
Houve ainda almoço comunitário, com a partilha de alimento saudável, produzido pela agroecologia. Ao final da celebração, os romeiros e romeiras carregaram um caminhão de produtos da reforma agrária, que formaram 150 cestas para as comunidades periféricas de Maringá e Paiçandu.