PRESÍDIO DE JOINVILLE, SANTA CATARINA, IMPLEMENTA MÉTODOS DE JUSTIÇA RESTAURATIVA

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A Justiça Restaurativa fez mais uma grande conquista neste início de ano de 2022, e desta vez foi no sistema prisional de Santa Catarina de Joinville. No dia 21 de janeiro, a convite do Juiz João Buch, agentes da Pastoral Carcerária realizaram uma reunião para discutir o cronograma de implementação da JR no complexo prisional.

A partir do segundo semestre começarão as atividades no intuito de desenvolver projetos com o foco na projeção de uma cultura de não-violência. “Tivemos uma acolhida, uma aceitação por parte de todos os diretores do presídio” ressalta Inácio Venke, agente de Pastoral a mais de 15 anos.

Inácio e mais 9 agentes se debruçaram nos estudos de Justiça Restaurativa dados pela Pastoral Carcerária Nacional e hoje realizam mais um sonho de Deus, que é poder propagar a cultura de paz e estar ao lado dos irmãos mais necessitados, sendo escuta ativa e presença missionária na vida dessas pessoas.

A parceria só pode ser concretizada graças a missão desempenhada pelos agentes e pelo incentivo do Poder Judiciário, que já utilizava dos métodos na área da infância e juventude. Este caminho de paz está sendo proliferado pelos agentes de Pastoral Carcerária através dos cursos ofertados pela Pastoral Carcerária Nacional e estes já estão colhendo seus frutos.

A promessa é de muito trabalho, pois a penitenciária possui mais de 2.000 detentos. Espera-se que a grande maioria queira participar e para suprir a demanda os agentes irão se dividir em 3 grupos. A programação ainda está em discussão e logo teremos boas novas vindas de Joinville.

O ato em si nos mostra que é possível sonhar e superar os preceitos pautados na justiça punitiva. A Justiça Restaurativa é um estilo de vida que vem ganhando forças desde 1970 e hoje é parte também da realidade do Brasil. Seu principal objetivo nos cárceres é auxiliar os encarcerados e encarceradas a solucionarem seus conflitos internos e externos causados pelas adversidades da vida.

O Juiz João Buch se mostrou bastante confiante com a parceria e afirma ser uma proposta científica, algo que já é estudado e aplicado em outros países. Em 2016, o Conselho Nacional de Justiça decidiu aplicar a Justiça Restaurativa, via resolução 225, como forma de superação da violência.

O presídio de Joinville é mais um neste caminho de solidariedade aos irmãos e irmãs encarcerados. Em Goianésia – GO – a JR é referência e só tem a somar com o que está por vir. Juntos, construindo um mundo onde a punição deixe de ser vista como uma solução, podemos abrir as portas e o coração na busca de um mundo sem cárceres, através da NÃO VIOLÊNCIA e de uma JUSTIÇA QUE RESTAURE e não acentue sempre e mais a punição.

Texto: Maria Ritha F. da Paixão

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