A atuação dos agentes da Pastoral Carcerária da Arquidiocese de São Paulo que visitam o CDP de Pinheiros, na capital paulista, foi o assunto de uma reportagem do jornal O São Paulo, semanário arquidiocesano, sobre a atenção aos presos como uma ação concentra de fé neste Ano Santo extraordinário da Misericórdia.
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Impulsionados pelo convite do Papa Francisco na JMJ Rio 2013 para que os jovens vivenciem a fé concretamente, os noivos Anderson José da Silva, 25, e Érica Carolina Rodrigues da Silva, 24, ingressaram na Pastoral Carcerária naquele ano e desde então visitam os presos do CDP de Pinheiros aos finais de semana.
“Quem não conhece a realidade animaliza muito os presos, acha que vamos ao encontro de assassinos, de estupradores, de pessoas que cometeram crimes brutais. Sim, eles podem até ter cometido algum desses delitos, mas quando a gente vai lá, se esquece de todos esses crimes e vai ao encontro de pessoas, gente como a gente, que poderiam ser nossos irmãos, nossos pais ou outro familiar”, comentou Érica.
Anderson revelou que na primeira vez que entrou em uma prisão teve um sentimento de estranheza e indignação. “Indigna você perceber o ser humano vivendo sem local adequado nem para dormir e, às vezes, abandonado pela família”, comentou, lembrando que muito tem aprendido durante a visita aos encarcerados.
Padre Valdir João Silveira, coordenador nacional da Pastoral Carcerária, e também coordenador arquidiocesano da PCr, avaliou que com o jubileu extraordinário e especialmente com o convite à retomada das obras de misericórdia, o Papa Francisco deseja que todo o cristão haja como Jesus. “Em nossa sociedade, os mais miseráveis, os que são mais odiados, desprezados, são os presos. Cuidar com o coração dessas pessoas é justamente mudar a realidade delas”, afirmou.
“O Ano da Misericórdia é para cada um de nós. Somos todos miseráveis diante de Deus, somos todos pecadores. Deve-se começar pela conversão, pela mudança de vida, pelo arrependimento dos pecados. Mudar exige atitudes, passos concretos. Como dizia Madre Teresa de Calcutá, ‘As mãos que ajudam são mais santas do que os lábios que rezam’. Então, neste momento, vamos com um gesto concreto andar em direção aos miseráveis que são os mais desprezados da nossa sociedade, as pessoas encarceradas”, convidou o Padre Valdir.
Érica comentou que uma postura misericordiosa com os presos vai além de visita-los. “A misericórdia para com quem está encarcerado não é somente a visita, mas sim uma luta aqui fora para quebrar o paradigma de que a pessoa presa não merece perdão, que merece a morte, que tem só que pagar pelo que fez. A misericórdia com os presos é espalhar que Jesus não olha o que a gente fez, mas olha se nos arrependemos. Essa é nossa maior responsabilidade, fazer essa conscientização, que é o mais difícil”.
Com um grupo de 180 integrantes cadastrados para as visitas aos mais de 20 mil presos de todas as unidades prisionais da capital e também de Franco da Rocha, na Grande São Paulo, a Pastoral Carcerária da Arquidiocese de São Paulo está aberta a novos participantes e também viabiliza a visita aos cárceres daqueles que queiram apenas conhecer as prisões neste Ano Santo. É preciso ter ao menos 18 anos completos. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (11) 3151-4272, ou na sede da Pastoral em São Paulo (rua da Consolação, 21, 9º andar, centro).
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* Na imagem, integrantes da PCr da Arquidiocese de São Paulo; Padre Valdir João Silveira, coordenador nacional da Pastoral Carcerária; Dom Julio Endi Akamine, bispo auxiliar da Arquidiocese; padres do clero arquidiocesano, jovens e integrantes da Pastoral Carcerária visitam o CDP de Pinheiros por ocasião da missa de Natal com os presos.