Há tempos, a Pastoral Carcerária denuncia a precariedade das condições prisionais a que são submetidas as mulheres encarceradas no Brasil. Recentemente, a jornalista Nana Queiroz lançou um livro que trata desta realidade: “Presos que Menstruam”.
Na obra, Nana discursa sobre a gravidez dentro dos presídios, a presença dos bebês que convivem nas prisões, o tratamento dado às famílias durante as visitas, o abandono, e todas as torturas físicas e psicológicas às quais são submetidas as mulheres presas.
“As especificidades de gênero são ignoradas”, garantiu Nana em entrevista ao Portal Terra. “O Estado esquece que as mulheres precisam de absorventes, por exemplo, e que precisam de papel higiênico para duas necessidades em vez de uma. Ou ainda que as mulheres engravidam, têm filhos e precisam amamentar”, enfatizou.
Conforme explica a jornalista, alguns presídios oferecem um pacote pequeno de absorventes para o ciclo menstrual, mas, conforme muitas detentas relataram, eles não são suficientes para aquelas com fluxo maior. Em casos extremos, quando falta absorvente durante a menstruação, detentas improvisam usando miolo de pão como absorvente interno.
Em algumas prisões, os itens de higiene pessoal são de responsabilidade da própria detenta, ou seja, ela depende daquilo que seus familiares fornecem durante as visitas. Porém, as presas são comumente abandonadas pelos familiares e parceiros quando condenadas, e, portanto, não recebem nada da família – nem visitas ou itens básicos. “Elas ficam sem assistência e os itens de higiene são os primeiros que faltam”, conta Nana.
Um dos trechos do livro trata da condição da maioria das crianças que nascem em presídios no Brasil. Em alguns presídios, é permitido às crianças ficarem em contato com a mãe de modo contínuo ao longo do dia. Mas, com essa aproximação, os bebês não recebem os cuidados adequados a suas necessidades. Há casos, por exemplo, em que os filhos dormem no chão da cela das mães, sem maiores aconchegos.
Enquanto algumas unidades materno-infantis oferecem um local apropriado para crianças passarem os primeiros meses de vida, com berços e atendimento médico, demais presídios, como os mistos, geralmente oferecem locais frios, úmidos, com poucos espaços sociais e condições de saúde e de higiene precárias, que afetam as crianças de maneira que vão além da falta de cuidado físico. Além disso, segundo a autora, em muitas unidades prisionais, as fraldas recebidas pelas crianças são apenas de doação, e os demais cuidados são mínimos.
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