As pastorais Carcerária e da Sobriedade realizaram, em 9 de março encontro de formação conjunto, na Paróquia Sagrado Coração de Jesus, na cidade de Goianésia (GO), na Diocese de Uruaçu (GO).
A equipe da Pastoral da Sobriedade iniciou os trabalhos, alertando para necessidade de se valorizar as ações de prevenção contra as drogas e de intervenção junto aqueles que já são usuários. Também alertou para o processo de recuperação, que geralmente é demorado, pois “o dependente químico perde sua liberdade, sua vontade de querer realizar, e passará também a sofrer as consequências das drogas no âmbito físico, psíquico, social e espiritual, ou seja, na essência do seu ser”.
Os integrantes da Pastoral da Sobriedade lembraram, ainda, que é preciso que os dependentes recuperados sejam apoiados para reconquistar lugar no mercado de trabalho e na sociedade; e destacaram a importância da luta por uma eficaz política antidrogas.
Na sequência, uma equipe da Pastoral Carcerária vinda de Goiânia (GO) – Gilene Coelho dos Santos, irmã Jeane Belbim e Marta Tereza de Souza – apresentou quais são as características de quem se propõe a ser agente da PCr, que atitudes são recomendáveis, o que levar e que cuidados deve ter ao visitar os presídios. Foi ressaltado que o vínculo do agente da PCr com a pessoa presa é diferente do vínculo familiar e que os servidores do sistema prisional não devem ser vistos como inimigos, mas tratados de forma reciprocamente respeitosa.
Durante o encontro, foram feitas exposições verbais do diretor do Centro de Inserção Social de Goianésia, Márcio Moreira; do juiz da vara criminal da comarca de Goianésia, dr. Decildo Lopes; do diretor da 7ª Regional Norte da SAPEJUS, Genair da Abadia; e também do advogado de direitos humanos da OAB, Alan César Ferreira.
Também tiveram voz alguns presos. Um deles, de forma espontânea, disse que o fato de estar preso foi uma grande oportunidade que Deus lhe concedeu, pois hoje é uma nova pessoa, cheia de perspectivas. Esse preso, o mais jovem entre os participantes, declamou algumas poesias de sua autoria, relatando em versos um pouco do seu processo de mudanças.
Ao final do encontro, padre Cleber Alves Matos apontou para os desafios da Pastoral Carcerária e dos trabalhos com dependentes químicos, abrangendo um leque de ações com a própria pessoa presa e seus familiares, de forma a prepará-los para um novo posicionamento com relação à reinserção na sociedade.